Sindicato culpa energia e salários para promover reajuste maior na gasolina
Governo federal autorizou aumento de R$ 0,22 por litro, mas repasse ao consumidor chegou a R$ 0,37 em MS
Em vigor há uma semana, o reajuste do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) sobre a gasolina é de R$ 0,22, mas o consumidor sentiu uma diferença maior no bolso. Em alguns postos de Campo Grande, o preço do litro, que antes girava em torno de R$ 3,123, chega agora a R$ 3,499, uma diferença de R$ 0,37.
Antes de reclamar dos preços estipulados pelos postos, no entanto, o consumidor deve lembrar do aumento da energia, que já impactou nos custos dos estabelecimentos, segundo o Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul).
“O aumento da energia já refletiu nos postos. O custo é altíssimo e, infelizmente, acaba sempre sobrando para o último elo da cadeia, que é o consumidor”, comenta o supervisor técnico do Sinpetro, Edson Lazaroto, ao lembrar que as bandeiras tarifarias, em vigor desde janeiro, já encareceram a energia. A taxa da bandeira vermelha é de R$ 3 a cada 100 KWh consumidos e passará a R$ 5,50, a partir de 1° de março.
Segundo Edson, outro motivo para aumento do preço do combustível é o reajuste do dissídio coletivo do setor, que deverá ficar em torno de 6% ou 7%. “Ainda não está fechado o percentual, mas para não ter diferença cobrada lá na frente, os postos já somam o valor no preço do combustível”, justifica.
O supervisor destaca ainda o quanto o encarecimento do diesel, cujo o preço médio do litro aumentou R$ 0,21, pesa no preço final da gasolina. “O diesel é utilizado para o transporte da gasolina, por isso ela fica ainda mais cara. Isso, sem falar na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é calculada de acordo com a média de todo o Estado”, detalha Edson.
A redução do ICMS sobre o óleo diesel é uma das reivindicações dos transportadores que fizeram protesto na terça-feira (3), com paralisação de veículos ao longo de mais de 9 quilômetros na BR-163, na saída de Campo Grande para Cuiabá. O tributo é de 17% e eles pedem que passe a ser 12%, percentual praticado nos estados vizinhos a Mato Grosso do Sul.