Sob efeito da Carne Fraca, picanha custa até 79% menos em mercado
A Operação Carne Fraca, da PF (Polícia Federal), completa 14 dias nesta sexta-feira (31) e, nas prateleiras dos mercados, produtos embalados das marcas citadas na investigação continuam sendo vendidos abaixo dos preços normalmente praticados, enquanto os cortes in natura chegam a custar quase o dobro.
No Comper Jardim dos Estados, a picanha da Friboi à vácuo estava custando R$ 18,98, enquanto no açougue do estabelecimento ela era vendida por R$ 33,98, diferença de 79%. A fraldinha da mesma companhia custava R$ 18,99 na gôndola e R$ 27,90 fresca.
A média de preço dos cortes vendidos no balcão era de R$ 29 o quilo, enquanto nos cortes embalados pelo frigorífico era de R$ 18.
Nas casas de carne, a operação não derrubou os preços. No Big Beef, tanto os cortes frescos como à vácuo custavam o mesmo, sendo a picanha vendida a R$ 59,98; alcatra a R$ 29,98, maminha a R$ 30,48 e fraldinha a R$ 28,69.
O gerente do estabelecimento, Luciano Benevides Oliveira, afirma que não houve mudança nos valores do produto, mas garante que “o consumo reduziu, mas é o normal no período, devido a Quaresma”, pontua.
A dona de casa Mercedes Ferreira afirma ter notado redução nos preços em razão do escândalo provocado pela operação Carne Fraca. “Sempre compro em açougue do meu bairro ou no mercado e nunca notei nada de errado, mas depois do que mostraram na imprensa, com certeza é preciso ter cuidado", afirma.
O entregador Augusto Prado também fala sobre cautela extra após a divulgação dos resultados da ação. “Está melhor para comprar esses cortes mais caros, que reduziu muito o preço, mas claro que há preocupação com qualidade", diz.
Queda nos preços começou a ser registrada logo após a operação. Em levantamento semelhante feito pelo Campo Grande News no dia 24 de março, os supermercados estavam dando desconto de 30% nas carnes da JBS.
Nenhum dos frigoríficos da empresa no estado foi investigado, mas a imagem da companhia ficou seriamente abalada após a divulgação dos resultados, assim como da BRF. As irregularidades encontradas pela corporação concentram-se em filiais de Goiás, Paraná e Santa Catarina.