ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEGUNDA  04    CAMPO GRANDE 28º

Economia

Super safra reduz preço do milho e pode afetar próximo plantio

Lidiane Kober | 10/09/2013 17:58

Graças a investimentos em tecnologia, a safra de milho bateu recorde no Brasil e em Mato Grosso do Sul. De acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a produção da segunda colheita do ano no Estado deverá ser 21,8% superior a do ano passado. O problema é que, ao contrário de 2012, os Estados Unidos também terão uma super safra, o que reduzirá a lucratividade do grão, comprometendo investimentos para a próxima colheita.

Ainda de acordo com a Conab, até agora, 78% da safra do milho foi colhida em Mato Grosso do Sul. Neste ano, a previsão é colher 7,4 mil toneladas contra 6,1 mil toneladas, em 2012, um incremento de 21,8%. No país, a expectativa é encerrar a safra com produção de 46,1 mil toneladas, 18,1% a mais que no ano passado.

Corretor de grãos da Cooperativa Agrícola Mista Serra de Maracaju, Valter Dias atribuiu o recorde histórico aos “investimentos em tecnologia”. “Os produtores investiram em melhores sementes, em adubação e inseticidas”, destacou. “Claro que o clima também ajudou”, emendou.

Apesar da super safra, ele relatou que o clima é de incerteza entre os produtores. “Há uma preocupação com o preço”, explicou. O temor gira, principalmente, pelo fato de os Estados Unidos, maior produtor mundial de milho, também estimar recorde na produção. “No ano passado, o país enfrentou a pior seca, registrada nos últimos 50 anos, e isso elevou o preço do grão e a lucratividade do produtor brasileiro”, comentou Dias.

Segundo ele, em 2012, a saca de milho foi comercializada, em média por R$ 23, R$ 8 a menos do que o atual preço de R$ 15. “Se abaixar mais que isso, a super safra não irá compensar o investimento e, no próximo ano, não será possível usar a tecnologia para melhorar a safra”, ponderou.

Agora, de acordo com Dias, a torcida é para o preço não baixar e pela alta do dólar. “Recentemente, o moeda estava no patamar de R$ 2,40, mas baixou para R$ 2,28, se voltar a subir, poderemos recuperar o preço e garantir a lucratividade da safra”, concluiu.

Nos siga no Google Notícias