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Educação e Tecnologia

Como a titulação traz mais segurança para a área farmacêutica

Jeniffer Elaina | 21/09/2023 14:40
Foto de Towfiqu Barbhuiya por Unsplash
Foto de Towfiqu Barbhuiya por Unsplash

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o braço do Ministério da Saúde que, entre outras coisas, regula e fiscaliza a qualidade dos remédios produzidos em todo o território nacional.

Segundo dados anuais publicados pela Anvisa em 2023, a indústria farmacêutica teve um faturamento de mais de 131 bilhões de reais só em 2022. Esse número apresenta uma leve queda quando comparado ao ano anterior, mas mantém os fármacos como uma das principais indústrias do país.

Naturalmente, uma indústria desse porte precisa estar de acordo com todas as regras de segurança desenvolvidas e aplicadas por órgãos especializados, como a Anvisa. Isso é importante porque as drogas, remédios e fármacos podem trazer tanto benefícios, quanto prejuízos para a saúde humana.

Garantir a segurança no desenvolvimento de fármacos requer a aplicação de processos e técnicas específicos, muitos dos quais fogem ao conhecimento de quem não estuda ou trabalha em áreas das ciências da saúde. É preciso, então, desmistificar esses elementos imprescindíveis para as indústrias.

A titulação surge exatamente nesse espaço, servindo como uma das técnicas mais importantes na garantia da segurança e da qualidade na indústria farmacêutica. Diante desse cenário, surge uma dúvida: afinal de contas, de qual maneira (e com quais ferramentas) a titulação é utilizada?

Como funciona o processo de titulação?

Quando falamos do processo de titulação, estamos nos referindo a uma técnica que também recebe os nomes de “titrimetria”, “volumetria” ou “análise volumétrica”. Como esses outros nomes sugerem, a titulação envolve a análise de um tipo de volume, buscando resultados específicos em uma amostra.

De maneira geral, busca-se analisar volumes (ou quantidades) de matérias em amostras pré-determinadas. Por conta disso, sua aplicação é ampla, sendo útil para indústrias alimentícias, farmacêuticas (as quais vão ganhar mais destaque neste texto) e até mesmo nos estudos médicos.

A substância que está sendo analisada ganha o nome de “analito”, enquanto a substância com a maior concentração é chamada de “titulante”. Os resultados geralmente são transcritos na forma de “concentração em mol/L”, também conhecida como “molaridade”, um termo comum na química.

Para realizar a titulação, mistura-se soluções buscando uma reação química muito conhecida chamada de "neutralização". Para que isso ocorra, é necessário que uma das substâncias seja um ácido e a outra seja uma base. Como podemos imaginar, as especificações de cada titulação dependem dos objetivos.

Embora a explicação acima possa parecer complexa, quando considerada de imediato, a verdade é que a titulação é um dos procedimentos laboratoriais mais simples de todos. Isso, aliado ao seu baixo custo e resultados confiáveis, garante a presença da técnica nos mais variados espaços e indústrias.

Quais são os tipos de titulação e ferramentas utilizadas na técnica?

A fim de compreendermos mais profundamente a titulação como veículo de aumento da qualidade na área farmacêutica, é preciso discutirmos os tipos de titulação e as ferramentas usadas para obter os resultados. Para o primeiro item, é possível mencionar múltiplas técnicas nas análises químicas.

Neste texto, nós vamos citar 4: a titulação ácido-base (a mais comum), a titulação por complexação, a titulação por redução-oxidação (chamada de “redox”) e a titulação por precipitação. Em todas, utilizam-se reagentes (conhecidos como titulante) e a solução com o reagente, chamada de “titulado”.

Já com relação aos acessórios para as análises, tudo depende dos materiais aos quais as empresas possuem acesso. Em todos os casos, utiliza-se uma ferramenta conhecida como “titulador”, o qual substitui alguns processos manuais que, do contrário, poderiam resultar em erros humanos.

Exemplos de tituladores de alta qualidade no mercado incluem o titulador OMNIS, Titrando, Ti-Touch, Eco Titrator e Titrotherm. Cada um deles utiliza um tipo de tecnologia diferente, a qual pode ser deduzida a partir de seus nomes (como o “Titrotherm” sendo um tipo de titulador termométrico).

Ter tituladores de qualidade é absolutamente essencial para que a titulação ocorra da maneira como deve, sem desvios de resultados. Quando os processos não trazem a qualidade exigida pelos órgãos fiscalizadores, existem riscos consideráveis para a saúde daqueles que farão o uso dos medicamentos.

De que maneira a titulação é usada na área farmacêutica?

Assim como qualquer outra, a área farmacêutica enfrenta alguns desafios. Dois deles, os quais são minimizados com a técnica da titulação, são os recursos reduzidos para estudos sobre a produção de fármacos a preços acessíveis; e os efeitos colaterais presentes em remédios com resultados eficientes.

No primeiro caso, a titulação surge como uma alternativa consideravelmente mais barata, mas sem nenhuma perda de qualidade ou imprecisão nos resultados. Isto é: por valores mais baixos, pesquisas são conduzidas com os exatos mesmos critérios rigorosos, diminuindo custos durante os estudos.

Já com relação aos efeitos colaterais, é interessante mencionarmos o conceito de “pureza”, primordial nos estudos da farmacologia. A titulação é uma técnica envolvida na descoberta dos níveis de pureza de uma determinada substância (nesse caso, um medicamento), permitindo alterações na fórmula.

A partir de resultados sobre a pureza de um medicamento, proporcionados pela titulação, os efeitos colaterais dele podem ser reduzidos e, em alguns casos, completamente eliminados. Isso é de extrema importância, levando em conta que a melhoria da qualidade de vida é um princípio básico da farmácia.

Fica claro, então, a relação estreita que a titulação tem com o acesso a medicamentos (dos mais simples aos mais sofisticados), especialmente em países que não possuem um sistema público de saúde com o Brasil. Quando as técnicas avançam, também avançam os cuidados com a saúde pública.

Por fim, vale mencionar que, embora completo e embasado, esse texto está longe de fornecer todas as informações relevantes sobre a titulação e os seus usos na área farmacêutica. Cada um dos tópicos explorados aqui rendem um texto por si só, o que demonstra a importância dessa técnica nas análises.

Apesar de se tratar de uma técnica antiga nas análises químicas, a titulação não se permite ficar defasada, utilizando ferramentas modernas para entregar resultados satisfatórios. Como consequência, a indústria farmacêutica cresce sem deixar de lado a preocupação com a qualidade.

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