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Educação e Tecnologia

União bloqueia R$ 13 milhões e UFMS fica sem recursos para luz e água

Reitoria pediu estudo para cortar gastos, mas tentando manter serviços aos acadêmicos

Adriel Mattos | 30/05/2022 12:17
Campus da UFMS em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Campus da UFMS em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

O governo federal cortou mais de R$ 1 bilhão nos orçamentos das universidades e institutos federais. E a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) já teme não ter recursos para pagar contas e insumos.

Aprovado pelo Congresso Nacional, o orçamento da instituição para este ano é de R$ 952,8 milhões, sendo que 80% é destinado para pagamento de pessoal, ativo e aposentado. Do total, R$ 64 milhões são destinados para manutenção e funcionamento da UFMS.

A decisão do bloqueio orçamentário foi tomada pela Junta de Execução Orçamentária, responsável pela política fiscal do governo federal, com base no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do segundo bimestre do ano.

“Temos feito um trabalho sério de gestão, governança e planejamento, e o nosso orçamento, mesmo já reduzido em 2022, estava destinado para a manutenção do custeio da Cidade Universitária e dos nove campi, além da assistência aos estudantes e projetos de ensino, pesquisa, extensão e inovação. Teremos de rever o nosso planejamento, mas, com certeza, haverá necessidade urgente de desbloquear o orçamento, caso contrário, não teremos recursos suficientes para nossas atividades essenciais, pois se trata de nova redução na verba de custeio”, declarou o reitor Marcelo Turine.

Segundo a Pró-Reitoria de Planejamento e Orçamento, o corte nos recursos impactará diretamente no funcionamento da universidade e causará prejuízos no pagamento das contas de água e luz e de insumos para laboratórios e projetos.

A reitoria já solicitou estudo detalhado de revisão do planejamento anual, enfatizando manter, na sua integridade, os recursos aprovados para os estudantes vulneráveis do Pnaes (Programa Nacional de Assistência Estudantil), as bolsas de ensino, pesquisa, extensão e inovação para os estudantes da Universidade.

Segundo a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), um bloqueio de mais de 14,5% sobre o orçamento e, inclusive, nos recursos para a assistência estudantil, inviabiliza o atendimento aos estudantes socioeconomicamente vulneráveis. A Andifes divulgou uma nota de repúdio e convocou reunião extraordinária do Conselho Pleno.

O bloqueio no orçamento atinge outros órgãos vinculados ao MEC, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

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