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Educação e Tecnologia

Vespas do Pantanal tem toxinas que podem combater infecções hospitalares

Uso das toxinas é estudado por um grupo de pesquisadores da UCDB

Adriano Fernandes | 11/04/2020 20:50
Pesquisadora durante teste em laboratório. (Divulgação)
Pesquisadora durante teste em laboratório. (Divulgação)

Um grupo de pesquisadores da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) está analisando o uso das toxinas presentes em uma espécie de vespa do Pantanal sul-mato-grossense, para a produção de medicamentos antibióticos capazes de combater “bactérias resistentes” e outros micro-organismos que ameaçam a saúde humana.

O trabalho é coordenado pelo Biólogo e doutor em Biotecnologia, Ludovico Migliolo, e reúne mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e professores.

“Nosso trabalho será o de isolar cada toxina da vespa e analisar para que serve cada uma delas. Identificar cada composto proteico e verificar sua funcionalidade. A partir do isolamento e purificação de cada composto, poderemos identificar a sequência de aminoácidos e assim propor novas sequências para potencializar o efeito sobre o alvo”, explica o pesquisador.

Conforme Ludovio, a “bactérias resistentes” são encontradas principalmente em ambientes hospitalares e sua contaminação pode causar casos graves e até fatais como a septicemia.

O veneno das vespas também está sendo cogitado para o combate ao biofilme, que é um tipo de colônia de bactérias que se “junta” para ficar mais forte perante o tratamento. O biofilme é comum nos dentes, lentes de contato e nos cateteres.

Grupo que coordena a pesquisa. (Foto:Divulgação)
Grupo que coordena a pesquisa. (Foto:Divulgação)

A pesquisa com as vespas conta com o apoio do Governo do Estado de MS por meio da Fundect e está em seu estágio inicial, mas as expectativas são animadoras. O grupo também realiza pesquias sobre toxinas de serpentes e insetos e os usos farmacológicos destas substâncias.

O pesquisador também completa que a busca por novos medicamentos se dá pela alta resistência que antibióticos como a amoxicilina, ampicilina e cloranfenicol apresentam frente a estas bactérias.

“Os antibióticos mais utilizados hoje em dia não têm uma base de proteína, e nós seres humanos somos seres proteicos. Buscando alternativas nas toxinas de animais que são formadas por proteína temos mais chances de sucesso já que o corpo humano não rejeita tal substância”, conclui o biólogo.

De acordo com o pesquisador os primeiros resultados da pesquisa serão divulgados ainda em 2020.

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