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Educação e Tecnologia

Vizinha de duas escolas, mãe tem de levar filhos para estudar em outro bairro

Reestruturação do ensino no estado tem gerado críticas de pais e alunos

Cleber Gellio | 09/03/2022 13:59
Fernanda Marcon, mãe de dois alunos da rede pública de ensino (Foto: Cleber Gellio)
Fernanda Marcon, mãe de dois alunos da rede pública de ensino (Foto: Cleber Gellio)

Moradora da Rua Ciro Araújo França, na Vila Margarida, Fernanda Marcon, de 41 anos, todos os dias se desloca para o Bairro Coronel Antonino para levar os filhos à escola.

Mãe do João Guilherme de 7 anos e da Brenda de 4 anos, a prestadora de serviços gerais, diz que o problema não é a distância, mas a incoerência sobre o atual formato educacional implantado nos últimos anos.

Isso ocorre porque nos últimos anos têm ocorrido, de forma gradual, uma reestruturação do ensino em todo o estado. A educação básica, composta pela educação infantil e ensino fundamental, em sua maioria, são de responsabilidade dos municípios, enquanto que o ensino médio, do Estado.

Além da divisão de competências, o fato que a incomoda é a presença de duas escolas estaduais próximas à sua residência. Da casa dela é possível ver, à direita, a escola estadual Professor Henrique Cirilo Correa (Vila Rica) e à esquerda a Maria Eliza Bocayuva, sendo que nenhuma atende suas necessidades. "Não consigo entender o porquê de duas escolas tão próximas e nenhuma com ensino infantil", exclama. A Cirilo Correa, conforme noticiou o Campo Grande News, em 2018, foi palco de protestos de pais e alunos, por encerrar as atividades ao ensino médio e transferência das séries à Eliza.

No bairro desde a infância, Fernanda lembra de quando estudou na Maria Eliza e acha que o antigo formato, com todos os anos disponíveis na mesma unidade, atenderia melhor a população. "Não falo só por mim, mas por muitas famílias que não têm condições e as precisam utilizar transporte público para levar as crianças para a escola. Acho que pelo menos um turno, em alguma delas, poderia ser para os pequenos".

Em seu caso, ela teve que matricular os filhos em unidades diferentes, mesmo sendo do infantil, uma vez que ambas não atendem os dois grupos de idade em turnos iguais. "Saio de casa e deixo primeiro o João, depois vou para a Getúlio Vargas, deixar a Brenda. Poderia ser diferente se tivéssemos todos os anos aqui próximo. É uma pena que uma estrutura tão boa quanto a da Eliza, fique restrita a poucas séries".

Mato Grosso do Sul conta com cerca de 190 mil estudantes matriculados na Rede Estadual de Ensino (REE), em 348 unidades escolares, dos 79 municípios. Em Campo Grande, a Reme (Rede Municipal de Educação), tem 109 mil estudantes em 204 escolas.


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