Adriane diz que começa 2º turno do zero e espera fim dos "ataques pessoais"
Prefeita também avaliou a nova composição da Câmara a partir de 2025, com maioria na oposição
O segundo turno das eleições em Capital começa com mais uma rodada de entrevistas aqui no Campo Grande News. Como no 1º turno, o portal deu liberdade às duas concorrentes para agendar horário e dia da conversa com a jornalista Ângela Kempfer. Nesta terça-feira (8), Adriane Lopes (PP), atual prefeita de Campo Grande e candidata à reeleição, abre a nova fase de discussões sobre os planos de governo. No bate-papo, a prefeita falou sobre sua expectativa para o segundo turno das eleições, no qual enfrenta a ex-deputada federal Rose Modesto (União).
Adriane abordou ainda sua estratégia de campanha, os desafios que enfrenta com a oposição na Câmara Municipal e os compromissos que assumiu com a população para um possível novo mandato. (Veja a entrevista completa acima)
A prefeita destacou que, apesar de ter ficado em primeiro lugar no primeiro turno, a surpresa foi grande. “Fiquei bastante surpresa. Mas entendo que as pessoas observaram o trabalho feito nas sete regiões, nos dois distritos, nas ruas de Campo Grande, nas escolas do município. A proposta de soluções novas para problemas históricos da cidade impacta diretamente a vida das pessoas”, disse.
Ela conquistou 31,67% dos votos válidos, somando 140.897 votos, enquanto sua adversária, Rose Modesto, obteve 29,56%, com 131.509 votos, uma diferença de pouco mais de 9 mil votos.
A prefeita também falou sobre a sua relação com a Câmara Municipal, onde a maioria dos vereadores eleitos apoiou candidatos diferentes, deixando-a com uma base de apenas seis apoiadores diretos. Questionada sobre como lidará com essa situação, especialmente com a presença do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT), de quem foi vice e que agora é o vereador mais votado, Adriane afirmou que o foco será discutir os soluções para a cidade, independente de bandeira partidária.
“O interesse da Câmara Municipal é servir Campo Grande, trabalhar pela cidade que você está morando e trazer melhorias. Agora, se um vereador eleito assume e diz que eu sou a oposição dele, que vai vir para o ataque, eu sinto muito”, disse.
Sobre a possibilidade de reconciliação com Marquinhos, a prefeita deixou claro que o respeito existe, mas que o foco está nos problemas da cidade, e não em disputas políticas. “Eu respeito muito o ex-prefeito, agora vereador. Ele tem o meu respeito. Mas os meus adversários não são os vereadores de outros partidos. Meus adversários são os problemas da cidade, a obra parada, a escola sem reforma há 20 anos, a falta de leitos hospitalares”.
No segundo turno, o cenário político muda, e alianças são fundamentais para conquistar a vitória. Adriane comentou sobre as conversas com o governador Eduardo Riedel (PSDB) e sua expectativa de apoio, mesmo que o partido tenha indicado a possibilidade de neutralidade no segundo turno. “Ontem nós sentamos com o governador, eu pedi uma agenda com ele, a senadora Tereza Cristina também. Eu busquei o apoio não só dele, mas de todos aqueles que queiram vir conosco para trabalhar por Campo Grande”, disse.
A prefeita também revelou que telefonou para o candidato Beto Pereira (PSDB), que acabou a disputa em terceiro lugar, mas obtendo 115.516 votos. No entanto, Adriane não declarou qual foi a resposta recebida do tucano.
Outro tema levantado foi a busca por apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que no primeiro turno apoiou o candidato Beto Pereira. A senadora Tereza Cristina já declarou que pedirá o apoio de Bolsonaro para Adriane no segundo turno. “Quem quer apoio, tem que pedir o apoio. E eu acho que é o momento de nós pedirmos apoio pra todos aqueles que queiram vir nos apoiar”, afirmou a prefeita.
Ao longo da entrevista, Adriane reafirmou compromissos importantes, especialmente na área de educação. Um dos seus principais objetivos é zerar a fila de espera por vagas em creches e escolas municipais, algo que ela vê como uma prioridade para a gestão. “Em seis meses, construí 152 salas de aula, usando o mesmo prédio da escola e ampliando a sala. De 12 mil crianças na fila de espera, reduzi pela metade. Se eleita for, eu vou zerar essa fila de espera por uma vaga numa Emei ou numa escola municipal. Esse é um compromisso.”
A prefeita também destacou avanços na área da transparência pública, tema que foi bastante questionado pelos adversários no primeiro turno. “Minha gestão não tem nada de secreto. Campo Grande foi colocada entre mais de cinco mil municípios como a segunda cidade do Brasil em transparência pública. Todos os dados estão no portal da transparência”.
Quando questionada sobre os ataques que sofreu durante a campanha, como a polêmica da “folha secreta”, falta de vagas em creches e obras paradas, Adriane respondeu com focou em apresentar propostas e soluções para a cidade. “As pessoas querem ouvir propostas, querem saber para que caminho a candidata vai levar a cidade. Eu fiz uma campanha limpa e mostrei para Campo Grande o que é possível fazer com responsabilidade”.
Ao comentar sobre a estratégia para o segundo turno, Adriane reforçou a importância de focar em propostas concretas e evitar ataques pessoais, algo que marcou a disputa entre Beto Pereira e Rose Modesto no primeiro turno. “Eu espero que agora as propostas sejam mais ouvidas. As pessoas querem saber o que será feito para melhorar a cidade, não estão interessadas em ataques pessoais.”
A prefeita encerrou a entrevista reafirmando sua confiança no trabalho que desenvolveu em Campo Grande nos últimos dois anos e sua vontade de continuar avançando com novos projetos. “Eu já coloquei Campo Grande para avançar e tenho a certeza de que a cidade não pode mais retroceder. Daqui é para frente, são avanços e conquistas, porque a cidade cresceu e tem muito potencial para crescer ainda mais”, finalizou.