Após deixar a Ucrânia, jogador de MS é contratado por time francês
Lateral-esquerdo Ismaily Gonçalves foi anunciado pelo Lille, que disputa primeira divisão do futebol da França
O lateral-esquerdo Ismaily Gonçalves, de 32 anos, natural de Mato Grosso do Sul, foi anunciado pelo clube francês de futebol Lille nesta quinta-feira (4). Ele foi o último dos 13 brasileiros do ucraniano Shakhtar Donetsk a definir um destino após o início da Guerra na Ucrânia. Ele chegou a ficar no Estado durante alguns meses.
O atleta assinou contrato de um ano com a equipe francesa, com opção de renovação por mais uma temporada. Na semana passada, ele anunciou a despedida do time que atuou por nove anos. Ele chegou a receber sondagens de clubes brasileiros, mas optou permanecer na Europa.
O jogador foi um pedido do técnico português Paulo Fonseca, que assumiu a equipe nesta temporada, mas treinou o Shakhtar entre 2016 e 2019 e trabalhou com o sul-mato-grossense. Ele é o terceiro brasileiro do elenco do Lille, além do goleiro Leo Jardim e do zagueiro Alexsandro.
A equipe estreia no Campeonato Francês neste domingo (7), em casa, contra o Auxerre. O Lille venceu quatro vezes a primeira divisão do futebol francês, onde atua, nas temporadas de 1945, 1953, 2010 e 2020.
Histórico - Ismaily Gonçalves dos Santos, de 32 anos, é natural de Angélica, mas foi criado no município ao lado, Ivinhema, a 289 quilômetros de Campo Grande, onde começou a carreira como atacante pelo Ivinhema FC.
Ele foi contratado pelo Desportivo Brasil e jogou no São Bento, quando foi ao Estoril de Portugal. Posteriormente, teve passagem pelo Olhanense, ainda no futebol português, e jogou pelo SC Braga.
Em 2013, se transferiu para o Shakhtar, com passe de 4 milhões de euros e, desde então, conquistou seis campeonatos ucranianos, quatro Taças da Ucrânia e três Supercopas da Ucrânia.
Em 2018, ele foi convocado pelo técnico Tite para a Seleção, para disputar dois amistosos. Ele substituiu o então lateral Alex Sandro, que havia sofrido lesão muscular.
Guerra no Leste Europeu - Ismaily conseguiu deixar o país que está em guerra com a Rússia em meados de fevereiro deste ano. Os russos têm reforçado controle militar em torno do território ucraniano e exigiram que a Ucrânia nunca entrasse na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um grupo militar ocidental.
A Rússia entende que a aliança reduziria sua presença militar na Europa Oriental e Central. O Kremlin pede que a Ucrânia se comprometa com uma neutralidade militar e também exige a desmilitarização e "desnazificação" do país ucraniano, bem como o reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk e o entendimento de que a Crimeia faz parte do território russo desde 2014.
Desde então, sanções contra a Rússia foram anunciadas por diversos países. A invasão também gerou reação em cadeia globalmente. Os preços de referência globais do petróleo subiram acima de US$ 110 por barril, atingindo um recorde dos últimos oito anos.