Escola de patinação na Capital amplia espaço e planeja rinque para 2025

A Escola de Patinação André Volnei, a única em Mato Grosso do Sul, está com projetos ousados para o ano de 2025. Recentemente, a escola mudou sua sede, saindo da Rua Buenos Aires para a Rua Alegrete na região do Coronel Antonino. O novo espaço foi inaugurado na última semana com uma oficina de patinação de uma campeã sul-americana de patinação.

O professor André Volnei é responsável pela escola explica que a mudança para o novo espaço não estava planejada para este ano, mas uma oportunidade surgiu em janeiro e foi abraçada pela equipe. O novo espaço é amplo e suportará os novos projetos.

"Nós reformamos nosso espaço antigo entre dezembro e janeiro, mas, no dia 13 de janeiro, surgiu essa chance de mudança. Fizemos reuniões, avaliamos os desafios financeiros e decidimos seguir com o novo projeto", conta.

Com a nova estrutura, a escola ampliou o atendimento e implementará nas próximas semanas um sistema de locação de patins, permitindo que iniciantes façam aulas sem a necessidade de adquirir o equipamento imediatamente. "Agora, quem quiser começar a patinar pode fazer a locação dos patins pelo tempo que for necessário. Não há prazo para compra. O aluno pode ir testando e, quando sentir segurança, decidir se quer adquirir o seu próprio par", detalha.

Atualmente, a escola atende cerca de 140 alunos, mas a expectativa é dobrar esse número nos próximos meses. Além das aulas regulares, a escola também oferecerá turmas individuais e particulares, respeitando o desenvolvimento contínuo dos alunos. "Nosso modelo é de escola, não academia. Então, para manter a progressão das turmas, incentivamos a participação contínua dos alunos nas aulas", explica.

Outra novidade será a inauguração de um rinque de patinação aberto ao público, seguindo um modelo popular em grandes centros como Porto Alegre e São Paulo. "Em Campo Grande, já tivemos rinques de patinação, mas eles foram desativados com o tempo. Agora, estamos trazendo essa opção de volta para a cidade", afirma o professor. O espaço será disponibilizado para locação por hora e funcionará principalmente aos finais de semana, com música ambiente e monitores auxiliando quem nunca patinou.

Abertura - A atleta Laura Olympio, de 19 anos, campeã brasileira de patinação artística na categoria sênior livre, esteve em Campo Grande para a inauguração. Natural de Porto Alegre, Laura iniciou sua trajetória em um clube da cidade e, ao longo dos anos, evoluiu no esporte até integrar a seleção brasileira.

Durante sua carreira, a atleta mudou-se para Santos, onde treina desde 2020 com o técnico da seleção brasileira. "Comecei a patinar em Porto Alegre, em um clube do Banco do Brasil. Depois, fui me destacando e passei a competir internacionalmente. Acabei mudando para Santos para treinar com o melhor técnico do país", explicou.

A participação da atleta no evento em Campo Grande veio de forma inesperada. "Meu pai tem um trabalho aqui e eu não sabia que havia essa estrutura para patinação na cidade. Foi uma surpresa muito legal. Quando me convidaram para a inauguração do novo espaço, fiquei feliz em participar", contou Laura.

Primeira aluna e atualmente professora - A doutora em Química, Geisa Helmond Aspesi, de 57 anos, tem uma longa história com o professor André Volnei. Ela foi a primeira aluna da escola de patinação quando o projeto começou, há cerca de 20 anos. Antes disso, dedicou-se à patinação artística e também à patinação no gelo.

Em entrevista, Geisa brincou: "Então, vou te contar minha vida." Seu primeiro contato com a patinação ocorreu ao assistir o programa Fantástico, da Rede Globo, por volta de 1973, ano em que a revista eletrônica estreou.

"Eu era bem pequenina e meu pai comprou uma televisão para assistir à Copa do Mundo de 1974. Na estreia do Fantástico, vi a Dorothy Hamilton, que foi campeã mundial de patinação. Ela entrava em quadra como se fosse uma boneca carregada, e foi aí que me apaixonei pela patinação", relembrou Geisa.

Nascida no Rio de Janeiro (RJ), ela morou grande parte da vida em Brasília (DF) e chegou a Campo Grande em 1996. Quando se interessou pela patinação, não havia pistas ou ringues no Brasil. "Não existia patinação no Brasil, ninguém sonhava. Fiquei muitos anos assim, até ganhar um par de patins de um dos meus tios."

Geisa relatou que passava horas brincando na rua e, ao chegar da escola, "não fazia outra coisa da vida". Mais tarde, começou a ter aulas de patinação em Brasília, mas, por conta da distância, não conseguiu continuar por muito tempo.

No entanto, um evento político interrompeu sua trajetória. Em 16 de março de 1990, o então presidente da República, Fernando Collor, confiscou a poupança de quem tinha Cr$ 50 mil (cinquenta mil cruzados novos – equivalente a cerca de R$ 20 mil atualmente). "As pistas fecharam no Brasil inteiro. Naquele ano, eu estava no meu auge. Treinava de quatro a seis horas por dia e competia."

Após esse episódio, deixou a patinação de lado. Geisa se dedicou aos estudos e se formou em Química e Biomedicina na UnB (Universidade de Brasília), conquistando o título de doutora. Em 1996, chegou a Campo Grande e, anos mais tarde, conheceu André Volnei.

Na época, André buscava um local para treinar, mas acabou "praticamente convocado" a dar aulas. Geisa foi sua primeira aluna e, atualmente, é professora no novo projeto. Além dela, a outra professora é Lorena Alves, de 18 anos.

Quem quiser conhecer mais o trabalho da Escola de Patinação pode entrar no perfil do Instagram @patinacaocg. O novo espaço fica localizado na Rua Alegrete, nº 2034 - Coronel Antonino, em Campo Grande.

Confira a galeria de imagens:

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