Oficinas trazem conhecimento sobre esportes paralímpicos na Capital
Importantes profissionais de esportes paralímpicos estão em Campo Grande realizando clínicas com o intuito de capacitar profissionais e acadêmicos de educação física sobre o tema. São oficinas de vôlei sentado, atletismo e goaball que acontecem nesta sexta-feira (27) e no sábado (28) na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), em Campo Grande.
As provas do atletismo paralímpico, tanto na categoria feminina quanto masculina, inclui salto, corrida, lançamento e arremessos. Os competidores são divididos em grupos de acordo com o grau de deficiência. Nas corridas, os atletas com deficiência visual mais alta são acompanhados por guias, que ficam ligados ao corredores por uma corda. Os deficientes físicos usam próteses ou cadeiras de rodas.
O responsável pela clínica de atletismo é o técnico nacional da modalidade no CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), Fábio Leandro Breda, que explicou que o interesse dos profissionais de educação física e os esportes paralímpicos estão crescendo cada vez mais. "Todos os esportes vem crescendo bastante, e cada dia surge interesse dos profissionais na área. Uma prova do interesse em querer colaborar é que 125 pessoas se inscreveram nessa clínica. Muitos profissionais não trabalham nessa área por falta de conhecimento", disse.
Segundo Fábio, muitos deficientes ainda não conhecem os esportes paralímpicos, e a disputa dos Jogos no Rio de Janeiro neste ano contribui para que a modalidade seja mais divulgada no país. "Desde o Parapan-Americano de 2007 houve um grande avanço na divulgação. Muitas pessoas com deficiência ainda não sabem da modalidade e que podem praticar esses esportes. O evento no Brasil contribui com a divulgação e com novos atletas e profissionais interessados pela área", afirmou.
Cerca de 320 pessoas entre alunos e profissionais da área do esporte estão participando das clínicas. Uma delas é Isabel Nogueira Santana, 21, acadêmica do primeiro semestre de educação física. "Estou participando do vôlei sentado e estou adorando. É diferente, nunca tinha ouvido falar sobre a modalidade. Pude conhecer e aprender sobre a força de vontade e o esforço que os atletas fazem para participar do esporte", contou.
As acadêmicas Maria Aparecida Lima, 36, e Thaís Delazari, 21, afirmam que vão levar o conhecimento adquirido durante a clínica para a profissão. "Fazemos licenciatura, e estamos aprendendo como contribuir para que os alunos com deficiência superem as dificuldades quando formos professoras", afirmou Thaís. Maria completou "Deficiência não é diferença, temos que tratar todos da mesma maneira. Alunos com deficiência tem a mesma capacidade de quem não tem".
O evento é uma organização do CPB com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul). De acordo com a professora de educação física, Belquice Falcão, a fundação viu a necessidade de divulgar informações sobre os esportes paralímpicos, por isso promoveu o evento. "Nós sabemos que o Estado é carente nessa área. A academia paralímpica que organiza os cursos. Nós pedimos e eles ofereceram essas três modalidades. A proposta é capacitar profissionais e futuros professores para ensinar o esporte nas escolas", finalizou.