Palmeiras estreia no Mundial de Clubes e torcedores já vislumbram ida à final

Há 73 dias, a América do Sul era tomada por tons alviverdes e, nesta terça-feira (8), o Palmeiras poderá dar o primeiro passo para colorir, também, o mundo. Às 12h30, o clube paulista enfrenta o Al Ahly, pela semifinal do Mundial de Clubes, disputado nos Emirados Árabes, e os palmeirenses que vivem em Campo Grande aguardam apreensivos pela partida. O jogo terá transmissão da Band e Bandsports.

Proprietário do Bar Mercearia, o palmeirense João Marcelo Cunha, de 45 anos, dobrou o número de mesas e funcionários do estabelecimento, para atrair mais torcedores hoje. Ao Campo Grande News, ele explica que trabalha com espaço reduzido, por conta da pandemia, mas hoje, o local terá 80 mesas e quatro garçons.

Ontem, quando preparava o funcionamento do bar, ele perguntou aos colaboradores se queriam fazer o plantão hoje e dois logo se prontificaram. O motivo? São palmeirenses igual ao chefe. A única pessoa que não ficou tão feliz com isso, no entanto, foi o gerente, que ainda não tinha chegado.

Dos quatro funcionários que temos, três são palmeirenses. Só o gerente que não é. Ele é são-paulino."

Se a previsão vai dar sorte ou não, ele não sabe. Mas João acredita que o placar vai terminar em 2 a 0, com gols dos meias-atacantes Dudu e Gustavo Scarpa. Caso o resultado seja positivo e o Palmeiras vá à final, ele pretende ampliar o funcionamento no sábado (12), quando ocorre a decisão do torneio.

O Mercearia abre às 11h, na Rua 15 de Novembro, no Centro, e atrai torcedores de diversos times durante o ano. No entanto, o dono não esconde a paixão pelo Verdão.

O local já possui cinco camisas palmeirenses estendidas, incluindo o terceiro uniforme de 2020 - o segundo, da esquerda para a direita - temporada em que o Palmeiras conquistou Campeonato Paulista, Libertadores e Copa do Brasil, esta sobre o Grêmio.

Outra que vale nota é a maglia verde, utilizada entre 1989 e 1991, durante um dos momentos importantes da glória palmeirense, além da fluorescente utilizada em 2008, na conquista do Paulistão, após anos sem títulos. As outras duas, patrocinadas pela Pirelli, marcaram o início da década retrasada.

No entanto, depois de sábado, João espera que outro fardamento irá compor o cenário. “Vai ter a camisa do [ex-goleiro palmeirense] Marcos, autografada. Depois de sábado, a gente vê. Acredito que o Palmeiras vai ser campeão mundial e vou colocar outras camisas aqui, para sempre.”

Movimentação - Até quem não torce para o Palmeiras vê oportunidade para lucrar, mesmo um rival local. O santista Edival José Antonio Alves, de 67 anos, é vendedor ambulante e tem um ponto no canteiro da Avenida Afonso Pena com a Rua Bahia. Segundo ele, muitos torcedores acabam deixando para comprar bandeiras, pequenas ou grandes, e até toalhas, em dia de decisão.

Embora eu não seja palmeirense, o time está representando o Brasil e, como vendedor, estou torcendo para ganhar”, diz o comerciante, que mora em Campo Grande há 20 anos.

Natural de Presidente Prudente, no interior paulista, Edival nem se importa com o fato do rival que venceu o Santos na final da Libertadores de 2020 estar na competição que dá chance de conquistar o planeta. “Hoje, é como se eu tivesse nascido no Parque Antártica”, brinca, se referindo à tradicional casa palmeirense.

O ambulante diz que vende produtos de todos os clubes, mas, recentemente, aumentou o estoque das flâmulas alviverdes. Pela experiência de vendas durante decisões envolvendo diversos times brasileiros, ele avalia que a tendência é faturar ainda mais nesta semana.

“Vou almoçar por aqui mesmo. Como o jogo é na hora do almoço, com certeza, a adrenalina sobe e os clientes aumentam muito.”

Ele tem réplicas fidedignas dos estandartes, vendidas a R$ 120 e as pequenas saem por R$ 60 - geralmente acopladas utilizadas em carros. Já as toalhas de banho são vendidas por R$ 40. Edival aposta em vitória do Verdão, por 2 a 1.

Decisão - O Palmeiras enfrenta o Al Ahly, às 12h30 (de MS), pelo Mundial de Clubes e terá como o palco do jogo, o Estádio Al Nahyan, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O adversário, do Egito, ganhou a Liga dos Campeões da África e venceu, na fase inicial, o Monterrey, do México.

Atual bicampeão seguido da Copa Libertadores da América, conquistada também em 1999, o clube pretende vencer a competição estruturada e avaliada pela FIFA (Federação Internacional de Futebol), pela primeira vez.

Anteriormente, perdeu para o Manchester United e para o Tigre, na temporada retrasada. O vencedor do confronto de hoje pega o ganhador entre Chelsea, da Inglaterra, que venceu a Champions League e o Al Hilal, da Arábia Saudita.