Bernal não senta na cadeira com medo de azar
Sorte ao azar – Alcides Bernal (PP) evitou sentar-se na cadeira de prefeito logo após a posse ontem à tarde. Um aliado, que estava do lado, justificou o gesto: para não dar azar. Só faltou explicar se ele evitou repetir o gesto de 15 de maio do ano passado, quando ficou apenas oito horas como prefeito.
Sexto prefeito – Considerando-se os acontecimentos dos últimos dois anos e meio, Campo Grande teve seis prefeitos na atual legislatura. Bernal assumiu dia 1º de janeiro de 2013, 15 de maio de 2014 e 27 de agosto de 2015. Gilmar Olarte assumiu duas vezes, 13 de março e 16 de maio de 2014. Flavio Cesar (PTdoB) anunciou-se prefeito, mas nem chegou a tomar posse.
Virose – Deputados estaduais recorreram a uma desculpa única para não participar do desfile em comemoração aos 116 anos de Campo Grande. Pedro Kemp (PT), Rinaldo Modesto e Onevan de Matos, ambos do PSDB, alegaram que estavam gripados.
Gafe – O novo presidente da Câmara Municipal, Flavio Cesar, cometeu gafe durante o discurso na posse de Bernal. Ele disse que os vereadores “estavam extremamente felizes neste momento”. Após uma vaia, ele se justificou e disse que o prefeito fez a alegria do povo ao ir até o legislativo para conversar com os vereadores.
Paz – Flavio acabou conquistando a platéia, amplamente favorável a Bernal, ao destacar que os vereadores querem a paz em Campo Grande. O novo presidente anunciou que vai recorrer contra a posse do novo prefeito, mas promete não lhe criar transtornos no legislativo.
Família – Alcides Bernal voltou-se totalmente à família durante o discurso de posse. Ele agradeceu a mãe, que esta´”acamada”. Também contou que foi buscar a esposa, Miriam, para participar da posse. Esta ida acabou atrasando o início da solenidade.
Sumiço – A ex-primeira-dama Andreia Olarte, que vinha mantendo uma vida ativa nas redes sociais, tirou a fanpage do Facebook. Ela só manteve o perfil, mas não postou mais nada após o terremoto político de 25 de agosto.
Dilema – O vereador Paulo Pedra (PDT) até gostaria de assumir uma secretaria na administração municipal. No entanto, o suplente é ninguém menos que o médico Eduardo Cury, com quem Bernal teve embates ferrenhos na primeira fase do mandato, de um ano e três meses.
Inacreditável – Bernal não se conforma com as traições no primeiro escalão. Conforme investigações da Polícia Federal, pelo menos três secretários participaram da articulação que levou à cassação do mandato. E, o pior, dois estavam em pontos estratégicos na prefeitura: finanças e obras.
Tudo passa, menos ela – Kátia Castilho deve sobreviver a todas as mudanças administrativas de Campo Grande. Ela assumiu o comando da Agetran com Bernal e ficou com cargos importantes na gestão de Gilmar Olarte. Agora, tem tudo para continuar, de novo, na administração de Bernal.
(colaboraram Juliana Brum, Michel Faustino e Antonio Marques)