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Jogo Aberto

Catan será denunciado à Corregedoria por tiros ao vivo

Adriel Mattos, Anahi Zurutuza e José Roberto dos Santos | 19/05/2022 06:00
Da esquerda para a direita, deputados Renan Contar e João Henrique Catan na sessão de ontem. (Foto: Alems/Divulgação)
Da esquerda para a direita, deputados Renan Contar e João Henrique Catan na sessão de ontem. (Foto: Alems/Divulgação)

Caldo entornou – O dia seguinte ao polêmico voto de João Henrique Catan (PL), que disparou revólver ao vivo durante votação no Legislativo estadual, rendeu. O “teatrinho” do defensor da atividade de atirador desportivo alcançou a imprensa nacional e diante da repercussão negativa, o parlamentar foi duramente criticado na sessão de ontem da Assembleia Legislativa.

Denúncia – Os deputados estaduais Paulo Duarte (PSB), Pedro Kemp (PT) e Amarildo Cruz (PT) decidiram representar contra Catan na Corregedoria da Assembleia. Acolhida a denúncia, a Comissão de Ética é convocada. "Esperávamos um esclarecimento, um pedido de desculpas formal, que não houve. Respeito o resultado [da votação], porém, o deputado tem que seguir o regimento, mesmo participando remotamente. Não cabe a nós julgar, vamos provocar a Corregedoria", comentou Duarte.

Sem cassações – O requerimento de Duarte, Kemp e Amarildo deve ser apresentado até a próxima terça-feira (24). Ao longo da história, vários deputados já foram alvo da Comissão de Ética da Assembleia, mas nunca um parlamentar teve o mandato cassado pelos seus colegas.

Triste? – Durante a sessão de ontem, Catan repetiu os mesmos argumentos após ser confrontado pelos colegas. Em parte da sessão, demonstrou estar aborrecido. Após a votação da proposta, decidiu participar apenas por videoconferência, mas não voltou após a discussão da terceira de oito proposições pautadas.

Repercussão – Se Catan queria chamar a atenção, conseguiu. Os jornais Folha de S.Paulo e O Globo, além dos sites UOL e Metrópoles noticiaram a “atuação” do deputado sul-mato-grossense. Quando os veículos procuraram o deputado para comentar, ele respondeu apenas a Folha por meio de nota. Limitou-se a defender o projeto de sua autoria. "Não concordo com invasões, com o desrespeito à propriedade privada. Armando pessoas de bem, aqui em Mato Grosso do Sul, diminuíram, e muito, as invasões, furtos e roubos, principalmente em áreas rurais, refletindo-se também na diminuição da criminalidade", declarou.

Pré-candidatura invisível – O deputado estadual Renan Contar (PRTB) foi o primeiro pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul a lançar chapa completa, com vice definido e tudo. E parou por aí. Com pouca agenda ou compromissos públicos divulgados, o pré-candidato vem se tornando notório em dar “bolos” na imprensa, ávida por saber o que pretende o Capitão Contar se eleito for.

Barrigada – Desde o final de abril, dia 25 mais precisamente, o Campo Grande News vem insistentemente tentando uma entrevista pessoal com o parlamentar bolsonarista, a exemplo do que fez com outros cinco pré-candidatos ao governo, mas sem sucesso. Ontem, Capitão Contar deixou de ir a uma entrevista na Rádio Capital alegando estar com a “garganta inflamada”.

Fica pra depois – O anúncio de três partidos sobre a candidatura da terceira via à Presidência teve que ser adiado. Previsto para ontem (18), a decisão do MDB, PSDB e Cidadania teve que ser postergada devido ao impasse entre os tucanos. A tendência é que o grupo aposte na senadora Simone Tebet (MDB-MS), mas o postulante do PSDB, o ex-governador de São Paulo João Doria, insiste em concorrer, contra a vontade de parte de seus correligionários, que apontam a alta rejeição e pontuação baixa em pesquisas.

Consenso – O nome de Simone, contudo, é consenso entre os presidentes do PSDB, Bruno Araújo, do MDB, Baleia Rossi, e do Cidadania, Roberto Freire. Eles decidiram, nesta quarta-feira, indicar a senadora como candidata da terceira via para os seus partidos. Conforme divulgado pelo Valor Econômico, as executivas dos três partidos se reunirão separadamente na terça-feira (24) para baterem o martelo se concordam com isso ou não.

Pressão – Durante a reunião entre tucanos, nesta terça-feira (17), justamente sobre o nome a ser lançado pela “terceira via”, o secretário-geral do PSDB, deputado federal sul-mato-grossense Beto Pereira, disse que colegas do partido no Mato Grosso do Sul se sentem “desconfortáveis” em não estar com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo noticiado pelo Estadão, Pereira reclamou da pré-candidatura de João Doria à Presidência, por conta da rejeição alta ao ex-governador de São Paulo.

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