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Jogo Aberto

Empresas que devem à União financiaram políticos de MS

Waldemar Gonçalves | 05/05/2017 06:00

Negativados – Dos 11 políticos de Mato Grosso do Sul com cargos no Congresso Nacional, sete foram financiados por empresas que devem dinheiro à União. A informação consta em levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, revelado em meio à discussão, na Câmara e Senado, de programa de refinanciamento que favorece estes devedores.

Bom para eles – Em resumo, a proposta flexibiliza regras para que empresas paguem suas dívidas junto ao Poder Público Federal. Perdoa multas, reduz juros e estica prazos, por exemplo. A medida, em tese, ajuda os próprios parlamentares brasileiros, que devem R$ 3 bilhões, ou as empresas que os financiam.

Quem recebeu – Constam na lista dos que receberam doações de devedores os deputados federais Carlos Marun (PMDB), Geraldo Resende (PMDB), José Orcírio, o Zeca do PT, Luiz Henrique Mandetta (DEM), Tereza Cristina (PSB) e Vander Loubet (PT), além da senadora Simone Tebet (PMDB).

Nó na União – O coordenador-geral da dívida ativa da União, Daniel de Saboia, dá uma ideia do que significa a manobra dos congressistas. “Parlamentares devedores foram eleitos por empresas devedoras, que só usam os programas de refinanciamento para continuar não pagando imposto”, disse ele, em entrevista à Folha de S. Paulo.

Rumo a Santa Cruz – Se tudo correr como programado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) embarca em Campo Grande nesta sexta-feira (5), às 6h, em voo de pelo menos duas horas até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Leva na bagagem a meta de negociar a compra direta de gás natural boliviano, ou seja, sem intermediação da Petrobras.

Comitiva – Com o tucano viajarão os secretários de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, e de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck. O presidente da MS Gás, Rudel Trindade, já está na Bolívia. Do Mato Grosso viajará para a mesma missão o governador, Pedro Taques (PSDB).

Bom negócio – O negócio parece extremamente bom para Mato Grosso do Sul. Atualmente, o custo do transporte do gás, que entra por Corumbá e vai até o Rio Grande do Sul, está embutido no preço pago pela petrolífera brasileira. Negociando diretamente, as chances de ter o produto a custo mais baixo que os demais estados atendidos pelo gasoduto são grandes.

Corumbá na frente – A partir desta análise, Corumbá seria a cidade a receber o gás com menor preço, por exigir a viagem mais curta do gás desde as fontes bolivianas até solo brasileiro. Há quem vislumbre neste cenário um forte incentivo para a atração de indústrias ao município pantaneiro, que também tem na hidrovia do Rio Paraguai uma atraente rota de escoação, mas sofre há tempos com a estagnação econômica.

Já deu – O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), se cansou de falar sobre a epidemia de buracos que assolam as ruas da Capital. “Já está na hora de ultrapassar esse tema, porque são quatro meses e só se fala em buraco e buraco”, se queixou, durante agenda pública, ontem.

Outros problemas – Segundo Marquinhos, a prefeitura está trabalhando na questão e chegou o momento de falar sobre outros “problemas”. “Estamos buscando soluções alternativas para resolver os buracos. Será que na nossa cidade só tem o problema dos buracos? Já tapamos quase 100 mil. Vamos para outros assuntos”, reforça.

(com Richelieu de Carlo)

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