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Usar “todes” ou “todxs” está proibido em escolas de MS

Anahi Zurutuza, Flávio Veras e Suzana Serviam | 03/01/2022 06:00
Deputado estadual Márcio Fernandes, autor do projeto, em sessão da Assembleia Legislativa. (Foto: Luciana Nassar/Alems/Arquivo)
Deputado estadual Márcio Fernandes, autor do projeto, em sessão da Assembleia Legislativa. (Foto: Luciana Nassar/Alems/Arquivo)

Sancionado – O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) encerrou 2021 “canetando” vários projetos aprovados pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul que ainda precisavam de sanção. Um deles é o de autoria do deputado estadual Márcio Fernandes (MDB), que torna obrigatório o óbvio: usar a norma culta na Língua Portuguesa em escolas de Mato Grosso do Sul.

Linguagem neutra – É que há algum tempo surgiu a chamada linguagem neutra, proposta de adaptação do Português para que as pessoas não binárias (quem não se identifica nem com o gênero masculino, nem com o feminino) se sintam representadas. No Estado, agora, pela lei, essa mudança não poderá ser utilizada nos “instrumentos de aprendizagem utilizados no ambiente escolar, nos documentos oficiais e na confecção de materiais didáticos”.

Exemplo - Um exemplo de tal linguagem não oficial é a palavra "todos", assim escrita quando se refere ao gênero masculino, mas grafada "todas" no feminino. Já no gênero neutro, ela pode ser escrita tanto como "todes" ou "todxs".

Exceção – No Estado com a segunda maior população de indígenas do País, a legislação prevê exceção pra o uso do idioma oficial se houver necessidade de utilização nas línguas indígenas.

Andança - O prefeito Marquinhos Trad e pré-candidato ao governo do Estado pelo PSD começou 2022 intensificando visitas às UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande. Ele acompanhou a montagem das tendas para a triagem de pacientes com problemas respiratórios, medida emergencial tomada diante da escalada nos casos de H3N2.

Tête-à-tête - Além disso, no domingo (2), Marquinhos ainda aproveitou para fazer uma visita ao Mercado Municipal, onde cumprimentou os moradores. Ou seja, o ano político mal começou, mas ele já está intensificando a aproximação o povo.

Clediane e seu esposo em frente ao museu do sexo de Gramado. (Foto: Arquivo Pessoal)
Clediane e seu esposo em frente ao museu do sexo de Gramado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Polêmica - Quando a prefeita de Jardim, Clediane Matzenbacher (DEM), se deu conta, as imagens de seu passeio no Museu do Sexo, em Gramado (RS), já haviam viralizado na internet. Na ingenuidade e confiança, a filha dela compartilhou fotos e vídeos no grupo de "Melhores Amigos", ou seja, restrito, do Instagram. Mas alguém printou foto dela com um pênis de plástico, baixou vídeo e o distribuiu. Em pouco tempo, as imagens estavam em tudo quanto é grupo de WhatsApp e uma das fotos foi editada com a pergunta: "Essa é a prefeita de vocês?".

Pausa no passeio - O burburinho na cidade de 26 mil habitantes foi tão grande que Clediane precisou parar o passeio para fazer vídeo ao lado do marido e esclarecer que está de folga e, portanto, visitou o museu com amigos e familiares, como turista e não como prefeita. No vídeo, Clediane pede para uma guia explicar como funciona o ambiente.

Nada demais - De cara, a funcionária diz que é difícil alguém visitar a cidade e não conhecer o Sex Museum, afinal, ele é o primeiro e único local que resgata a história do sexo no Brasil. A mulher diz também não entender o motivo de tanto tabu, já existem 8 museus sobre sexo no mundo. Por lá, os visitantes conhecem a história do primeiro vibrador, que era feito a vapor, além de modelos diferentes elaborados para fins medicinais, por exemplo.

Machismo – Ao Lado B, a prefeita criticou a forma como as imagens foram distribuídas. “Isso é puro machismo. Alguns homens enviam em grupos de WhatsApp imagens vulgarizando a mulher e ninguém fala nada. Aí, quando a mulher fala de sexo, soa como algo vulgar. Apesar de ser uma figura pública, eu tenho vida própria”.

Censurada – Apesar de condenar o tom pejorativo usado na divulgação das fotos e vídeos como forma de atacá-la, a prefeita não quis “quebrar o tabu” de uma vez por todas, enfrentando o tribunal da moral e bons costumes. Ela disse à reportagem que “não autorizava” a publicação pelo Campo Grande News. Sem imagens, não havia porque contar essa história ao nosso leitor e como a origem delas era um grupo privado, a matéria não saiu no Lado B.

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