Artistas “negociam” permanência e irão dormir em prédio da Fundac
Cerca de 100 pessoas, entre artistas e produtores culturais, ainda permanecem no prédio da Fundac (Fundac Municipal de Cultura) onde devem ficar até às 14h desta quarta-feira (04) em forma de protesto por melhorias na área da cultura. A Prefeitura chegou a considerar a “ocupação” ilegal e cogitou retirar o grupo do local com o auxílio da Guarda Civil Municipal, no entanto, o secretário de segurança, Valério Azambuja, garantiu que não haverá intervenção.
A presença de agentes da Guarda Municipal chegou a “incomodar” o grupo, que precisou realizar uma assembleia e enviar uma contraproposta ao prefeito Gilmar Olarte (PP) pedindo para permanecer no prédio de forma pacifica. O "protesto" ganhou adesão até de moradores de prédios do entorno que estenderam lençois brancos em apoio a causa dos artistas.
Depois do anuncio do suposto pedido de reintegração por parte da Prefeitura houve um “reforço” no número de guardas enviados para fazer o acompanhamento da manifestação. Neste momento, o grupo de artistas e produtores são acompanhados por cerca de 20 agentes da Guarda Civil Municipal.
O grupo que deve “dormir” na Fundação de Cuiltura pretende permanecer no local até às 14h desta quarta-feira e logo depois irão seguir em passeata até a Câmara Municipal de Campo Grande onde será realizada uma audiência publica, onde três pontos devem ser discutidos: inadimplência da Fundac, não pagamento do FMIC e do Fomteatro, aplicação do 1% da Cultura no orçamento de 2015.
Os artistas reivindicam investimentos e questionam sobre o não cumprimento da lei que prevê a destinação de 1% do orçamento do município à cultura, além do pagamento do FMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) e Fomteatro (Programa Municipal de Fomento ao Teatro).
Prioridades - Sobre a manifestação ocorrida no prédio da Fundac, nesta terça-feira, a Prefeitura Municipal de Campo Grande informa que: A Prefeitura esclarece que neste primeiro trimestre a prioridade é manter o custeio da máquina administrativa, dos serviços públicos e, inclusive, a Cultura, buscando cumprir as metas ao longo do primeiro semestre de 2015.
De acordo com a Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle, no ano passado foram pagos cerca de R$ 400 mil em cachês e eventos que estavam atrasados. Neste ano, até o final de março, há previsão de mais pagamentos, no valor de R$ 87 mil.
A Prefeitura de Campo Grande considera importante a pauta de reivindicações apresentada pelo grupo e reconhece a legitimidade dos movimentos e o direito à opinião livre e plural. No entanto, a Prefeitura de Campo Grande não compactua com invasões e atos de confronto.