Caminhoneiro desde 1981, Américo faz poesias sobre as estradas do País
Poemas escritos na boleia ganharam páginas do 1º livro lançado pelo caminhoneiro
A poesia e a relação íntima com a escrita sempre estiveram presentes na vida do caminhoneiro Américo Zanete Magalhães. Caminhoneiro há mais de 40 anos, ele percorre as estradas do País com o automóvel que é seu grande companheiro de rotina. Em meio à rotina de trabalho, Américo aproveita os intervalos na boleia para escrever os versos poéticos carregadas de afeto.
Os poemas, que são sobre as paisagens, pessoas e Deus, ganharam as páginas do primeiro livro da carreira. Intitulado “Estradas, Madrugadas e Poesias”, o lançamento da obra ocorre neste sábado (30), das 16h às 19h, na Rua Nortelândia, 613, Bairro Santa Fé.
Ao Lado B, o escritor e caminhoneiro comentou que sempre fez poesias, porém só através das redes sociais começou a expor elas ao público. “Escrevo poesias desde jovem, mas como tenho dificuldade com a escrita manual, foi com minha entrada no Facebook e no WhatsApp que comecei a divulgá-las ao público”, explica.
Aos 60 anos, Américo continua apaixonado pela vida na estrada e nem a aposentadoria o impediu de largar o caminhão. O profissional relata que ingressou na profissão cedo e não faz planos de parar. “Em fevereiro de 1981, tirei a primeira habilitação com objetivo de ser motorista de caminhão, pois já estava inserido nesse meio. Estou aposentado há quatro anos, mas como me sinto muito bem, não tenho planos de parar de viajar”, afirma.
Na visão do escritor, os ossos do ofício e as poesias são coisas complementares. É com a caneta e o papel na mão que Américo também alivia as tensões vivenciadas nas rodovias do Brasil. “Eu falo de paisagens, situações que vivo ou presencio nas minhas muitas viagens e até mesmo das notícias das estradas que assisto na mídia. A escrita também é uma válvula de escape para a solidão e as tensões da boleia”, comenta.
Como a inspiração não tem hora para chegar, o celular é uma ferramenta útil para o caminhoneiro, que mesmo conduzindo o veículo, não deixa de poetizar. “Conto com a ajuda do gravador de voz no celular que tem tido grande relevância, pois quando vem a inspiração, gravo algumas palavras chaves. Depois, normalmente nas madrugadas, faço transcrição" esclarece.
Assim como a maioria dos poetas, ele enfrenta períodos onde não consegue produzir nada por falta de inspiração. Despreocupado com essa questão, o autor garante que uma hora a poesia volta a aparecer. "Às vezes, enfrento períodos de seca, mas isso não me incomoda, pois sei que a qualquer momento pode disparar um gatilho que me leve a escrever um poema. Já fiz isso em guardanapos de papel durante um almoço ou jantar”, diz.
Em relação ao livro, o caminhoneiro expõe que não tinha planos de publicar nenhum material. Américo atribuiu ao apoio dos familiares e amigos a realização desse projeto pessoal. “A edição desse livro, na verdade, somente se materializou por conta do incentivo da esposa e muitos amigos que me levaram a acreditar ser possível publicá-lo”, destaca.
Feliz com a publicação da obra, Américo revela ter poesias suficientes para as próximas edições. “Eu tenho material para um ou dois livros, mas irei aguardar um pouco para ver primeiro como será esse projeto. Mas acredito sim que irei fazer parcerias com a editora”, conclui.
Quem quiser adquirir o livro, o contato da editora é (67) 99297-4890.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).