Com fim dos shows de graça, já deu tempo de acostumar com o valor dos ingressos?
Nos últimos meses, Mato Grosso do Sul entrou na rota de shows da velha ou nova guarda da música nacional. Em meio a toda essa movimentação cultural e o fim de projetos com grandes apresentações gratuitas, como MS Canta Brasil, uma dúvida surge: o campo-grandense ainda reclama muito na hora de pagar o preço do ingresso?
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Para o diretor geral e produtor do Diamond Hall, Roque Domingos, não. No local estão marcados shows do cantor Zé Ramalho para o dia 25 de setembro e Nando Reis, no dia 27 de novembro.
No primeiro caso, os valores para assistir a apresentação começam em R$ 150, 00 e vão até R$ 450,00 com direito a água, refrigerante e cerveja. Já para o cantor Nando Reis, figura carimbada na Capital, o preço começa em R$ 48,00 e segue até R$ 450,00 (camarote, com tudo incluso).
“Não sinto isso do público, cada casa, cada ambiente já tem o seu público e acredito que o nosso é variado. Tem artista que tem essa mobilidade de cobrar vários preços. Não sinto mais essa reclamação, nós atendemos o público A,B,C e D. O produtor precisa distinguir os preços”, acredita Roque.
Produtor do Hangar, outra casa de shows de Campo Grande, mas com uma pegada underground, Thiago Coutinho concorda com o colega.
“Nós sentimos que houve uma evolução no pensamento do público nesse sentido, eles estão reclamando menos. Para dizer a verdade há três anos não tinha muita opção de balada aqui como hoje, com o tempo o público foi acostumando com isso”, afirma.
Thiago diz que traz em média um artista nacional a cada 40 dias. “O nosso diferencial é que temos preços mais populares, no Marcelo Jeneci, por exemplo, o preço começa em R$ 40,00. Como estão tendo mais shows, o pessoal percebe que é o valor mesmo. Cobramos abaixo da média porque ainda tem gente que reclama ou que não paga. Nossa margem de lucro não é muito grande”, ressalta.
Em meio a polêmica, o produtor Bruno Dammus afirma que no teatro muitas vezes o valor dos ingressos é tabelado pela produção de fora.
“Os artistas tem participação na bilheteria, eu gostaria de cobrar mais barato, mas não posso, os valores são estacionados e seguem uma tabela nacional. O custo de trazer uma produção é muito alto, tem dificuldade e sempre vai ter reclamação do público, que não tem opção, que a peça é ruim, mas não tem muito o que fazer”, diz.
Produtor também em Dourados, a cidade vizinha que recebe apresentações nacionais, Bruno afirma que lá a reclamação é menor. “Acredito que é porque eles não tem muita opção. Muitos artistas até dizem que não vão para lá porque o tamanho do teatro não comporta a produção. Mesmo assim, o mercado é mais aquecido em Dourados”, acredita.