Da droga à reabilitação, Zé Pretim sobe ao palco com banda e repertório afiado
Espalhados pelo palco os quadros retratavam personalidades, grandes nomes da música e de vários cantos do mundo, de Elvis Presley a Zé Pretim. O bluesman que solidificou a carreira em Mato Grosso do Sul ganhou o maior retrato, um esboço do talento e da garra que o fez retornar ao palco da Morada dos Baís, na noite de ontem, após um intenso tratamento contra o uso de drogas.
A vida nova inclui um óculos de grau, que combina perfeitamente com o terno escuro alinhado, a calça jeans cheia de estilo e o sapato devidamente engraxado. A história cheia de desvios e exageros parece ter sido deixada para trás, todo o esforço empenhado nos últimos tempos foi, enfim, recompensado com uma apresentação eficaz no palco.
Zé chegou em cima da hora para o show. Mas, nem o tempo curto para ajustar tudo o fez perder a simpatia. “É um grande prazer estar com o público, com esse tanto de gente, nunca vi tanta gente assim, nesse 1º de dezembro, uma noite natalina”, agradeceu.
No repertório, canções de blues. Com três músicos o acompanhando, Zé parece íntimo dos instrumentos que nunca saíram de perto, nem mesmo durante o tratamento na clínica de reabilitação.
Da primeira vez que o Lado B contou a trajetória de Zé para deixar o vício em drogas para trás, passaram-se onze meses. Naquela época, o violão era o fiel escudeiro do músico nos longos dias de tratamento.
Para a reportagem, na época, ele cantou um hino de louvor. Agora, restaurado, mescla o que aprendeu e completa tudo com o timbre de voz inesquecível.
Para quem estava na plateia, o presente era ver Zé Pretim recuperado. “Ele é um ícone da música sul-mato-grossense. É um artista de grande representatividade e ver ele nesse momento, depois do tratamento, tem uma simbologia muito maior. É uma história de superação”, acredita o diretor de teatro, Vitor Samudio.
A vereadora Luiza Ribeiro (PPS) foi uma das incentivadoras do tratamento e se emocionou ao falar sobre o cantor. “Todo a glória é dele, a gente não fez nada, a gente não é ninguém, ele que teve a força para conseguir mudar de vida”, frisa.
