Da foto que fez do tio, Gui descobriu sensibilidade ao clicar detalhes
Fotografia do tio fez Guilherme "matar" a saudade do avô; de câmera na mão, percorre a Cidade Branca com o olhar pra lá de aguçado
Renato era o nome do avô materno de Guilherme que faleceu no comecinho de 2018. Até então, o neto nunca mais tinha frequentado o sítio da família onde tanto costumava ir quando criança. Para matar a saudade e rememorar a infância, Gui resolveu dar um pulinho no "rústico" junto a companhia de uma prima. Foi naquele mesmo dia em que clicou – na informalidade da câmera de seu celular – o tio avô Salvador, mais conhecido como tio Doca.
O registro fez o jovem rapaz relembrar muita coisa, trouxe de volta sentimentos até então esquecidos e, principalmente, o fez pensar no avô Renato. Foi pela imagem de Doca, "revelada" com atenção por Guilherme, que a nostalgia falou mais alto.
"Fazia anos e anos que eu não visitava o sítio nem via tio Doca. Me impressionou demais sua figura, e imediatamente meu pensamento foi parar no meu avô. Eu vi ali os mesmos trejeitos, o mesmo modo de falar, o jeito engraçado de ser e agir, de contar histórias e muita piada", afirmou Guilherme Delmondes.
Realmente foi pura nostalgia. Maior felicidade trazer a lembrança do meu querido avô pelo tio Doca. Guardo aquela fotografia com carinho especial".
Ainda não havia tomado conhecimento, mas foi naquele mesmo dia que surgiu dentro de si o espírito de fotógrafo. Quando se mudou para Corumbá no início desde ano, ele pode "brincar" com seu olhar aguçado em busca dos detalhes nas ruas da Cidade Branca, com uma câmera em mãos sempre que possível.
"Eu sempre me interessei por fotografia, mas nunca tinha tomado a iniciativa de estudá-la. Só foi quando me mudei para o berço do Pantanal que senti essa necessidade de explorar a região pela lente de uma câmera, descobrindo detalhes que até então nunca tinha parado para ver. Assisti vídeos no YouTube e comprei um equipamento só pra mim", esclarece.
Apaixonado pelo Pantanal desde pequeno, o campo-grandense começou a sentir a "mágica" do lugar assim que pisou os pés. Clicando animais, natureza, detalhes arquitetônicos, povo local e até particularidades que só quem está atrás de uma câmera enxergaria, pratica a fotografia analógica ao mesmo tempo que exercita sua sensibilidade de garoto.
"Quando vou para Campo Grande, a câmera também sempre está ao meu lado. É uma cidade diferente, com outras belezas e características. É um hobby que estimula completamente a criatividade", considera.
Formado em Direito, Guilherme conseguiu em Corumbá uma oportunidade de trabalho no mundo jurídico, por isso foi parar de "mala e cuia" na Cidade Branca. Por mais que sua profissão carregue um aspecto formal e até mesmo burocrático, entende que tanto como advogado quanto fotógrafo ter sensibilidade é sempre uma necessidade.
"A fotografia traz uma sensibilidade diferente, uma 'licença poética' que muitas vezes não tenho na minha atuação profissional. Porém, acredito que estar atento aos detalhes é uma condição de ambas as atividades", julga.
Eu amo minha profissão, mas também amo ser um fotógrafo de 'fim de semana'".
"Descobri que elas se complementam de uma forma orgânica. É verdade que a fotografia me permite conhecer lugares e identificar coisas que antes não perceberia, mas o Direito também me incentiva a refletir e quem sabe dar um novo rumo às questões sociais tão específicas da área".
Para conferir mais clique de Guilherme, basta acessar o seu perfil no Instagram @delmondes06.
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