"Espaço Cultural MN" é lembrança saudosa na cena cultural da cidade
Margarida Simões Corrêa Neder era a quem pertencia o lugar, que passou por várias funcionalidades
Quem passa hoje pela Afonso Pena, entre a 13 de Maio e a Rui Barbosa, não sabe que ali já existiu um espaço cultural, onde aconteciam apresentações musicais e manifestações artísticas, além de aulas de violão ou pintura. Margarida Simões Corrêa Neder era a quem pertencia o lugar, que passou por várias funcionalidades até por fim, ser o “Espaço Cultural MN”, na década de 80.
Nas redes sociais, a artista Lenilde Ramos postou fotos antigas de alguns eventos que aconteceram no local, marcando ali como um importante espaço cultural regional da época. Uma das filhas de criação de dona Margarida, a perita aposentada Norma Jornada, de 61 anos, explicou que tudo começou com um local de confecções de tricô.
“Primeiro, começou com o tricô. Depois, veio a pintura em tecido de algodão cru, feito e ensinado pela pintora Anna Ballatore. Ela pintava o Pantanal regional em peças lindas. Então, veio primeiro a Peña, que é um tipo de espaço cultural com música, culinária e dança”, explica.
O conceito de Peña é um pouco diferente do convencional. “Peña significa pedra em espanhol. Antigamente, as pessoas se reuniam em cavernas, para poder tocar música e apreciar a arte. Você vai parar ouvir e sentir o espaço, é algo muito legal. Lenilde, inclusive, tocou muito ali”, detalha.
A ideia da Peña quem apresentou foi o sobrinho de dona Margarida, Paulinho Simões. Até que por fim, o espaço também passou a ter opções de aulas, como de violão e pintura nos outros dias da semana. “Importante também que tudo que tinha ali, carregavam as marcas MN, de Margarida Neder”, reforça. Ainda outros nomes que se apresentaram são Delinha e Almir Sater.
Hoje, o local já não existe mais e o que fica são os registros da lembrança. Dona Margarida faleceu no dia do aniversário de Campo Grande, em 26 de agosto, no ano de 2003. De acordo com Norma, não existem registos escritos que contam toda a história de dela, situação que ela e Lenilde pretendem mudar.
“Estamos pretendendo escrever um livro sobre toda a história dela. Ela era muito “arteira”, vivia fazendo arte, literalmente, fazia tudo o que queria e imaginava, deixou muita saudade. Hoje, 18 anos depois, consigo falar dela sem chorar”, expressa.
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