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Artes

Pandemia significou reencontro de Baldinir com esculturas

Baldinir, que sempre trabalhou com cerâmica, passou a trabalhar com cimento na pandemia de covid-19

Lucas Mamédio | 21/04/2021 07:49
Baldinir com escultura de cimento e mosaico (Foto: Arquivo Pessoal)
Baldinir com escultura de cimento e mosaico (Foto: Arquivo Pessoal)

A pandemia não só nos fez descobrir coisas novas no âmbito da criatividade, como permitiu a reconexão e a redescoberta com práticas antigas que deixamos de lado ao longo do tempo, seja por qual motivo for.

Em Campo Grande, o artista plástico e escultor Baldinir Bezerra da Silva retomou nos últimos meses uma das práticas artísticas mais o satisfez na juventude: a escultura.

Filho de nordestinos, veio para Campo Grande ainda jovem. Na faculdade chegou a pintar algumas camisetas e começar trabalhos em cerâmica.

Escultura "A Gota que Falta" feita de cimento (Foto: Arquivo Pessoal)
Escultura "A Gota que Falta" feita de cimento (Foto: Arquivo Pessoal)

“Eu iniciei mesmo no mundo artístico em Campo Grande na música. Cheguei a ganhar um concurso no começo da década de noventa promovido pela então Secretaria Municipal de Saúde”.

Logo depois Baldinir se mudou para o Rio de Janeiro onde, desempregado, retomou com mais seriedade as esculturas com cerâmica.

Baldinir, inclusive, tem uma de suas obras, a réplica de Nossa Senhora de Belém, posta na Capela Mayrink, ao lado de uma obra de Portinari, na floresta da Tijuca.

“Capela Mairynk, teve três padroeiras. A Nossa Senhora de Belém, a Nossa Senhora Imaculada Conceição e a Nossa Senhora do Carmo. Mas o acervo da capela não tinha a imagem da primeira padroeira. Somente das duas últimas, sendo que o acervo possui um painel famosíssimo de Nossa Senhora do Carmo pintado por Portinari. Essa obra havia sido roubada anos atrás, e foi recuperada a pouco tempo. Num projeto de restauração do acervo total do parque, fui convidado pela direção para confeccionar a imagem da primeira padroeira. Foram obras feitas especialmente para local, tanto a minha quando a dele. Entao deixei um pouco de mim na história do Rio”.

Escultura de cerêmica na Capela Mairynk (Foto: Arquivo Pessoal)
Escultura de cerêmica na Capela Mairynk (Foto: Arquivo Pessoal)

Em mais uma mudança, Baldinir voltou para Campo Grande, onde sempre esteve envolvido com o meio cultural, atualmente e funcionário da Fundação de Cultura, ligada ao estado.

Mais recentemente, Baldinir voltou a esculpir e lançou a série “A Gota que Falta”, feita de cimento em forma de gotas d’água.

“Trabalhar com escultura em Campo Grande, é tão difícil como trabalhar com arte em qualquer lugar do Brasil”.

Veja mais do trabalho de Baldinir em seu Instagram.

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