Tatuagem na garganta tem ilusão de ótica e pontilhismo cria movimento
Professor de capoeira, Dionisio carrega no pescoço o pontilhismo em uma tatuagem que dá a exata profundidade que ele buscava
Antes de tudo, Dionisio Neto avisa "dica para os meninos: fazer a barba um dia antes". Aos 28 anos, o professor de capoeira escolheu o pescoço para ser tela pelas mãos da tatuadora e amiga Rafaella, a Alleafar Tattoo. Foi ele quem trouxe ao estúdio a referência do desenho com o pedido para que a tatuagem tivesse profundidade e movimento. "Escolhi o pontilhismo porque traz essa profundidade, como é um desenho com padrões de linha, é um dos melhores estilos para causar esse efeito 3D e de ilusão de ótica", explica.
Foram necessárias duas sessões para concluir o trabalho. E é daí que vem o alerta que ele faz questão de fazer. "Fiz a barba no dia para poder tatuar, e cara onde tem barba é terrível, no primeiro dia foram quase 3h, e no segundo, umas 5h, a pele é muito fina e o que acaba doendo não é tanto a agulhada em si, eu sofri mesmo onde tem barba".
O "gogó", por exemplo, local que todos imaginam ter concentrado a dor, ele diz que foi um dos pontos mais tranquilos. A reação de quem faz as perguntas é, segundo o tatuado, "ótima". "São poucas pessoas, de um modo geral, que tem tatuagem assim na parte da frente do pescoço, na lateral até que a gente vê bastante. Porque antes era uma arte marginalizada, agora para você ser descolado, tem que ter tatuagem, mas ainda assim a galera não vai para extremos por conta do mercado de trabalho", avalia.
Chamado de "maluco", por ter tatuado a garganta, Dionisio diz que além de gostarem do resultado e do efeito visual, brincam: "falam que até combinou comigo". A Alleafar Tattoo é Rafaella de Moraes Ribeiro Franco, que, dos 24 anos de idade, tatua há três. O estúdio dela ficava no Brava, que fechou as portas na pandemia, e ela mudou para o 067.ink.
A história dela na tatuagem tem começo num namoro. "Meu ex-companheiro estava aprendendo a tatuar e eu comecei a me interessar em ver ele fazendo, então estudei e comecei a praticar". Ela não esconde que o começo foi difícil porque o namorado sabia pouco, logo em seguida veio o término, e ela não teve abertura de quase ninguém para poder aprender.
Rafaella está se especializando no pontilhismo, estilo "baseado em pontos, é uma técnica saída do movimento impressionista, feita totalmente com pontos", explica.
O trabalho no pescoço do professor e amigo ainda não está completamente acabado. Isso porque, quando eles chegaram ao fim, tiveram ideias de continuar os traços para a nuca, além de trabalhar também com sombras para dar profundidade maior.
A gente vai ter que seguir o Instagram da tatuadora para ver quando os traços chegarem ao fim. Tem uma história de tatuagem bacana? Manda para a gente no Facebook, no Instagram, pelo e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.