"Espinhosa' é porco espinho fofa com tala rosa na patinha em clínica exótica
Bem humorado e com visual nada convencional, veterinário atende não só cão e gato, mas também coruja, iguana e macaco
Cachorro, gato, papagaio, coruja, tartaruga, iguana e macaco. Na clínica veterinária exótica de Leandro Menezes, 26, que mais parece a do Dr. Dolitte, porco espinho é chamada carinhosamente de Espinhosa e ganha tala rosa na patinha já que é uma mocinha.
A paciente chegou há três semanas até Leandro. Espinhosa estava com fratura em uma das patas dianteiras e a princípio seria necessário amputá-la. Mas, o tratamento certo não só fez com que a intervenção cirúrgica fosse descartada, como também deu a porco espinho uma tala rosa. E enquanto se recupera, a cena fofa arranca expressões e vozes de bebê até de quem diz ter medo dela.
Porém, a porco espinho não é a única paciente exótica atendida na clínica do veterinário. Além de outros da mesma espécie, por ali já passaram não só cão e gato, mas quati, cobra e todos os outros mencionados.
Leandro conta que a paixão pelos bichos exóticos começou ainda criança. A família não só tinha cachorro e gato, mas também aves, hamster e peixe. “Ao longo da faculdade fui me interessando mais pelos animais que aparentemente ninguém se interessava. Depois de formado fiz residência em cirurgia de pequenos animais e aí me vi como voluntário no CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres)”.
Lá, o veterinário diz que ajudou a operar quati, arara, tucano e onça pintada. E com a experiência, Leandro abriu as portas da própria clínica em parceria com a veterinária Livia Miyasato, que hoje é uma das únicas em Campo Grande que atende animais exóticos.
Assim como a clínica, Leandro também não é o típico doutor convencional. Bem humorado, ele aposta no visual inusitado que combina bigode mustache, alargadores e tatuagens nos braços. Afinal, na ficção os heróis que salvavam animais, como o Dr. Dolitte, que falava com animais e o detetive topetudo Ace Ventura também não eram nada convencionais.
Contudo, nada disso chama mais atenção do que o carinho que sente pelos pacientes. “A gente procura não se apegar muito, mas é inevitável. A Espinhosa mesmo chegou aqui sem nome e aí acabou sendo batizada assim entre nós. Só que o tratamento deu tão certo que ela vai nos deixar essa semana, pois deve receber alta”, conta o veterinário sem disfarçar a mistura de felicidade e tristeza na voz.
O veterinário ainda aproveita para desmistificar a lenda que criar animais exóticos é difícil. Para ele, se o animalzinho estiver devidamente regulamentado e receber as condições adequadas para a espécie, é como criar cachorro e gato.
Quem tem bichinhos como a Espinhosa ou mesmo cachorro e gato pode procurar Leandro na clínica Zoo Pet Center, que fica na rua Guia Lopes, 140, no bairro Amambaí, em Campo Grande.