Amigos de escola, Aline e André se casaram 14 anos depois, graças ao Facebook
Eles mudaram muito desde os tempos de colégio; ele virou punk, ela não queria mais relacionamentos, mas o reencontro alterou tudo
Ele era o menino popular e rebelde da escola; ela, a menina comportada, porém deslumbrada pelas atitudes "corajosas" do colega. Em 1998, aos 12 anos de idade, o ourives André Luis Ortolan, hoje aos 31 anos, e a publicitária Aline Cardoso Ortolan, 30, tinham personalidade bastante distintas, e interagiam apenas como amigos na sala de aula da Escola Coração de Maria, na Capital.
Apesar das diferenças, os dois já nutriam uma admiração mútua. "Na minha visão de menina, ele era o 'bad boy' do colégio, eu ficava encantada, o achava lindo", lembra Aline. Já André confessa que, desde aquela época, já sentia atração pela colega, apesar de nunca ter compartilhado o sentimento.
Foram três anos estudando juntos, até que os dois perderam contato. André se mudou para São Paulo. Para Aline, restou apenas a saudade. "Eu estava sempre procurando pelo nome dele nas redes sociais, no Orkut, mas ele não gostava de tecnologia".
Em 2014, finalmente, o reencontro. "Ele apareceu nas minhas sugestões de amizade do Facebook", recorda a publicitária. Ela ficou tão feliz que saiu comemorando pela casa. "Chamei minha mãe, contei pra ela. Meu coração acelerou".
Em poucos dias, os dois já estavam conversando sem parar. O primeiro encontro pessoalmente, após 14 anos dos tempos de escola, foi pra tomar um suco e já contou com o primeiro beijo. "Ele me falou que queria me dar o beijo que nunca tinha conseguido dar, e ali eu entendi que sempre gostei dele", diz Aline.
Ela teve outros relacionamentos, mas sentia que nunca iria achar a pessoa certa. "Eu já estava desacreditada, tinha desistido de namoro", destaca. "Acho que o nosso reencontro era algo do destino, era pra acontecer mesmo".
Enquanto estava em São Paulo, André entrou para o movimento punk. Não acreditava no sistema, no governo ou na igreja. Sonhava com um mundo anarquista, mais justo e igualitário. "Eu usava o visual mais radical, roupa rasgada, coturno, correntes, pintava cabelo", conta. O estilo radical ficou pra trás, mas André até hoje não é ligado à igreja ou religião.
Também não acreditava que fosse encontrar alguém pra ficar ao seu lado para sempre. "Eu não me apegava com pessoa nenhuma. Minha vida era muito tumultuada, cheia de excessos", analisa. "Ele nem sonhava que iria se casar um dia, ainda mais em uma igreja", exclama Aline. Mas, por amor, André se casou sim, e ainda na paróquia do bairro Coophatrabalho. As damas de honra, inclusive, foram duas tias suas, que são freiras.
A festa para 250 convidados aconteceu mês passado. Aline relata que usou muito o simbolismo da árvore na decoração. "Pra mim, os galhos fortes representam a família e as folhas os amigos", diz. Por isso, o quadro de assinaturas apresentou esse formato, além do verde muito presente na decoração.
Agora felizes e com 1 mês de casada, Aline aconselha quem ainda tem esperanças de reencontrar alguém importante do passado. A lição é não deixar que o orgulho ou vergonha impeçam de buscar quem se ama. "Se sente algo, vale a pena ir atrás da pessoa", reforça.
"Geralmente, as pessoas se conhecem na balada e lugares assim. Eu acho que nossa historia já tinha sido desenhada, que a gente ia se encontrar", finaliza Aline.
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