Aos 14 anos, poodle Kika acolhe e até amamenta filhotes de gatos amigos
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Na cabeça de Kika, amamentar é o seu papel, seja qual for o filhote. Aos 14 anos, a poodle acumula histórias de amor na família Witwytzky, incluindo a amamentação de três ninhadas de gatinhos resgatados das ruas e o convívio com outros cinco pets em casa, dois deles com idades próximas a sua, os gatos Jade e Pipo, de 12 e 10 anos.
A família de animais mora em um apartamento na região do Jardim Aeroporto, em Campo Grande. A dona é a autônoma Rosenmari Witwytzky, de 43 anos, que a vida toda foi apaixonada por bichos. Amor que ela também conseguiu passar ao filho.
Kika foi um presente para o filho quando ele era pequeno. Sempre muito carinhosa, desde filhote ela já demonstrava a faceta de "mãezona", sem distinguir raça e nem espécie. "Tanto para as crianças, quanto os animais, ela sempre teve esse comportamento com filhos e filhotes", conta Rose. Um dos episódios envolveu um gatinho do vizinho que ela ficou à porta chorando para poder pegar o bichinho.
"Aconteceu já do meu irmão, trazer meus sobrinhos e um porquinho da índia, ela enlouqueceu, achava que era filhotinho", recorda. O instinto maternal foi vivido na própria cria, duas ao longo da vida e também se voltou aos donos. "Ela cuida muito da gente. È muito apegada e percebe até quando a gente não está bem. Fica ao lado da cama, é um anjo mesmo".
Como a família costuma resgatar e tratar animais de rua, a ninhada que foi registrada em fotos, sendo amamentada por Kika vem de uma história "pesada", como define Rose. O filho viu quando um homem jogou na rua um saco plástico amarrado. Dentro, eram cinco gatinhos recém nascidos. "Ele jogou para o carro passar por cima mesmo", pontua. O menino correu, abriu a sacola e colocou os felinos dentro da mochila.
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"Quando ele abriu aqui em casa foi só cabecinha de gato saindo e logo a Kika já ficou em volta", descreve a dona. A vontade de acolher é tamanha que, nas três vezes, em questão de horas, o leite descia. "Ela ficava cheia de leite para amamentar mesmo. O problema era quando a gente conseguia doar os gatinhos, chegava a dar febre nela".
Os animais resgatados, depois de receberem o leite de Kika tinham as fotos postadas em sites de adoção. A vida dos candidatos a donos era investigada de cabo a rabo até que Rose tivesse a certeza de que eles seriam bons tutores.
Há dois meses Kika foi castrada por problemas de saúde. Agora a fonte de leite deve ter secado, mas o amor e a acolhida devem permanecer, crê a dona. Para a família, a atitude materna de Kika não chega a ser novidade, uma outra cadela, também poodle já passou pelos Witwytzky, tinha a mesma iniciativa.
Ano que vem a família brinca que fará festa para a "debutante", serão 15 anos bem vividos e com vários filhotes amamentados. A idade vem chegando, mas por enquanto a cadela é ativa, não se entrega à idade e ainda pula, brinca, corre. "Só percebe que ela está velhinha pelas verruguinhas dela", aponta Rose.