Artista desde criança, Luis fez retrato que chegou até ex-presidente
Venezuelano ficou 8 meses nas ruas, pintava para ter prato de comida e hoje procura oportunidade de serviço
A relação de Luis Enrique Gonzales, de 55 anos, com a arte começou na infância. Primeiro vieram os lápis, depois os pincéis e a tinta que o artista nunca mais abandonou. Venezuelano, ele se mudou há três anos para Campo Grande, dormiu nas ruas da cidade por oito meses e pintou de tudo a troco de um prato de comida.
Hoje, Luis aluga uma residência no Bairro Santo Amaro junto com a namorada Zenaide Dionizio Lopes, de 51 anos. A casa reflete a criatividade do homem que não só pinta, mas brinca de criar esculturas e molduras com papel higiênico e latinhas.
O homem que começou a pintar aos oito anos cresceu, fez curso de técnico em eletricidade, mas nunca exerceu. Luis sempre gostou da arte e foi o primeiro da família a demonstrar talento para o ofício. Dos dez irmãos, ele foi o único que nasceu artista.
A partida da Venezuela, segundo ele, tem motivo que é resumido numa frase. “Não se pode ficar num país onde não se tem nada.”, pontua. O começo da nova vida em Campo Grande tampouco foi fácil.
“Morei oito meses na rua, eu pintava restaurantes por um prato de comida, fazia coisa só por um prato de comida. Eu dormia aqui, lá, são coisas que normalmente a vida derruba”, afirma.
Para não ser derrubado pela vida, Luis pintava com o que tinha e foi colorindo tampas de marmita que o trabalho dele chamou a atenção de um militar. A partir dele, Luis conquistou outros clientes.
O artista também lembra quando entregou retrato a Eduardo Bolsonaro, na época em que o deputado esteve na Capital. “Eu não sou político, sou só um artista plástico”, declara Luis ao recordar o encontro.
Na ocasião, o artista fez um retrato do político e de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. No perfil pessoal do Instagram, Eduardo compartilhou uma foto segurando o presente dado por Luis.
Além de retratos, Luis faz pinturas a óleo de paisagens, animais e releituras de quadros que gosta. Em casa alguns dos quadros estão inacabados por falta de recurso para comprar tinta. O problema financeiro é resultado de outro drama na vida do Luis.
Há pouco mais de dois anos, ele foi diagnosticado como renal crônico. O tratamento o afastou do serviço e ele não conseguiu ajuda ao recorrer ao INSS (Instituto Nacional do Serviço Social). Em casa, ele e a companheira sobrevivem do auxílio emergencial. Zenaide frisa que ambos estão vivendo ‘Pela graça de Deus’.
Agora ambos procuram ajuda de alguém que possa ajudar o artista com os documentos do INSS.
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