Casamento coletivo gay terá 60 pessoas no dia 17 de maio em Campo Grande
O casamento coletivo desta vez terá só gays, homens e mulheres. São 30 casais gays que no dia 17 de maio oficializarão o contrato de união estável homoafetiva. Será a primeira vez em Mato Grosso do Sul, justamente no Dia Estadual de Luta Contra a Homofobia.
A ansiedade parece como a de qualquer matrimônio. O servidor público Elias Neto, de 29 anos, diz que subirá ao altar de branco. Ele conheceu a cara metade pela internet e há um ano a conversa virtual virou namoro sério.
Elias mora em São Gabriel do Oeste e o namorado, que morava em Campo Grande, já foi para lá de mala e cuia.
Agora, os dois decidiram oficializar a união, não para confirmar o amor, explica Elias. “É uma garantia. Assim posso incluir ele no meu plano de saúde, por exemplo, e vamos comprar uma casa. A gente se ama, essa é só uma forma de usufruir o que nós temos”.
Há três anos, a corretora de imóveis Flavia Alves de Jesus, de 28 anos, juntou os “trapos” com a namorada, mas as duas nunca oficializaram a história por falta de oportunidades. “Chegou a hora de comprarmos nossa casa, ter plano de saúde, e precisamos ter um papel que oficialize nosso casamento por conta dos negócios, mas além disso, não muda em nada”, diz Flávia.
Oficial - Em Mato Grosso do Sul não há como oficializar a união civil nos moldes convencionais. Já a Bahia, São Paulo e algumas comarcas do interior do País já fazem o casamento civil de homossexuais, segundo Júlio César Valcanaia Ferreira - Presidente da Comissão de Diversidade Sexual/OAB, um dos apoiadores do evento.
Nesses estados, o que ocorre é a conversão do contrato de união estável para o casamento civil. Os casais dizem que fora daqui esse processo é mais fácil. Em Mato Grosso do Sul, para se casarem diante a Justiça, depois do contrato de união estávelé preciso entrar na Justiça e esperar muito para conquistar o "preto no branco".
A intenção é que até data do casamento coletivo ocorram avanços para esse tipo de união entre homossexuais. Mesmo assim, a festa do dia 17 será um bom início, avalia Julio. “Será a legitimação, reconhecimento da união estável. Só assim se pode dar inicio a ação judicial pedindo o direito desses casais se casarem no civil”, explica o presidente.
“Para nós essa conquista é um fato histórico, já que Mato Grosso do Sul é um estado jovem e ainda é resistente politicamente, e isso nos cria várias dificuldades”. O local do casamento coletivo ainda não foi definido, mas a ideia é de realizar em um local público.
Quem quiser entrar na relação de casais deve encaminhar um e-mail com a solicitação para o endereço: cidadania.juventude@hotmail.com.