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Comportamento

Celebrante de casamentos, Flor já uniu mais casal que Santo Antônio

Com mais de 3 mil cerimônias feitas, ela se encontrou na profissão em que testemunha e conta histórias de amor

Jéssica Fernandes | 25/08/2023 07:25
Juíza de paz e celebrante, Flor realizou mais de 3 mil cerimônias. (Foto: @zaarfotografia)
Juíza de paz e celebrante, Flor realizou mais de 3 mil cerimônias. (Foto: @zaarfotografia)

Maria Florencia Saves, de 36 anos, é uma verdadeira casamenteira. Em 2020, ela começou a oficializar cerimônias como juíza de paz, mas foi como celebrante que verdadeiramente entrou no ‘mundo dos casamentos’. Com mais de 3 mil cerimônias celebradas, Flor brinca que já uniu mais casais que Santo Antônio.

Nascida na Argentina, Flor veio para o Brasil aos seis anos. Formada em Direito e mestre em Direito Internacional pela Universidade de Buenos Aires, ela comenta que começou a trabalhar em casamentos devido a uma convocação.

“Iniciei no ‘mundo dos casamentos’ meio por acaso. Pensava que era por acaso, mas descobri meu propósito de vida. Em 2020, em meio à pandemia, eu fui convocada para atuar como juíza de paz no cartório do nono ofício da capital - Zamperlini”, diz.

Formada em Direito, ela encontrou na profissão de celebrante um propósito. (Foto: Arquivo pessoal)
Formada em Direito, ela encontrou na profissão de celebrante um propósito. (Foto: Arquivo pessoal)

Como os casamentos civis seguiam uma dinâmica pontual, Flor não podia personalizar a celebração, como faz hoje em dia. Na época, ela seguia os trâmites oficiais pertinentes ao juiz de paz, mas fugindo um pouco da seriedade e formalidade.

“Sempre me interessei muito por leitura, sobretudo temas filosóficos que exploram as demandas do homem, como o amor, tema central. Comecei a fazer discursos, fugindo um pouquinho da oficialidade do ato legal, que é o casamento civil, As pessoas começaram a me procurar para me contar suas histórias pessoais para eu falar nos casamentos”, explica.

Ao ser convidada para realizar o casamento da melhor amiga, ela viveu a primeira experiência de celebrante sem saber que aquilo era uma profissão. “Eu contei a história de amor dessa minha amiga bem à minha maneira, sentimental, engraçada e fornecedores do casamento dela vieram me perguntar por que eu ainda não tinha me tornado celebrante”, fala.

Na cerimônia, Flor personaliza momento conforme trajetória do casal. (Foto: Arquivo pessoal)
Na cerimônia, Flor personaliza momento conforme trajetória do casal. (Foto: Arquivo pessoal)

O comentário despertou curiosidade na Flor, que começou a pesquisar sobre a profissão. “Assim foi nascendo, concomitantemente ao meu trabalho de juíza de paz, o de celebrante de casamentos. Sou mais casamenteira que Santo Antônio”, brinca.

Com mais de três mil casamentos realizados, ela ouviu muitas histórias. Como as cerimônias são personalizadas, faz parte do trabalho conhecer os casais e a trajetória de cada um deles. No tão esperado dia dos noivos, Flor traz a narrativa com uma perspectiva sensível, verdadeira e única que faz muitos ficarem emocionados.

Além de lágrimas, as cerimônias despertam boas gargalhadas. Sobre as histórias engraçadas, a celebrante relata que a maioria está atrelada aos próprios casais. “No casamento acontecem fatos engraçados, de noivo ou a noiva que caem no altar ou quando erra a mão da aliança, mas engraçado mesmo sempre tem algo na história do casal. São fatos engraçados que contextualizados com a personalidade e a história em si sempre arrancam boas gargalhadas nos casamentos”, explica.

As histórias, segundo a juíza de paz, a enriquecem e somam para seu aprendizado. Testemunha da felicidade de tantas pessoas em dias memoráveis, Flor destaca uma das partes mais recompensadoras da profissão.

“O mais interessante de tudo é que eu falo que eu tenho a possibilidade de testemunhar a grande magia da vida porque o amor, de fato, acontece de repente, quando menos se espera. Percebo como a vida é mestre em orquestrar encontros, colocando pensamentos, pessoas, situações que nos levam a nosso encontro”, afirma.

Embora os casamentos façam parte da rotina, a celebrante segue se emocionando e vivendo todos os sentimentos despertadas em momentos assim. “Sou do tipo que chora quando a noiva solta o balão com o nome de quem já se foi, dou gargalhada quando tem fatos hilários. Nossa, nem consigo colocar em palavras esse sentimento, mas assumir que casar as pessoas é o grande propósito de toda minha existência traduz esse sentimento que tenho em relação ao meu trabalho”, pontua.

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