Cida ganhou casa em sorteio e transformou terreno em 'lavoura'
Paranaense, moradora sempre gostou do cuidado com a terra e não parou mesmo aos 87 anos
Paranaense, Aparecida da Silva Doce aprendeu a lidar com a terra desde cedo trabalhando na lavoura e conheceu o Jardim Seminário quando o bairro era um conjunto de fazendas. Há quase 50 anos, a moradora ganhou sua casa no Baú da Felicidade e, desde então, deixou de trabalhar para os outros e começou a transformar seu terreno na “Amazônia” dos sonhos, como ela brinca.
De café até alface e samambaias, dona Cida, de 87 anos, arrisca plantar de tudo em vasos e espaços preparados por todo o quintal. Dedicada a manter o verde espalhado por todos os cantos, nem mesmo a grama da calçada resiste ao gosto da senhora de 87 anos.
“Eu não acho difícil plantar nada, difícil é manter o preparo certo. Aqui plantei pé de limão com semente, cajá-manga, coloco as mudinhas de alface toda vez e o café eu que plantei também”, conta Aparecida.
Mas, antes de começar a deixar o seu terreno composto por todas as plantas que ela conseguiu se dedicar, Cida explica que sua história com o gosto pela terra começou no interior do Paraná.
Assim como para o restante da família, o trabalho na área rural era o único possível e, fazendo um pouco de tudo, desde a plantação até o cuidado com os bichos, cada detalhe foi aprendido no decorrer da vida.
“Depois a gente se mudou para Campo Grande também para trabalhar em uma lavoura. Morei em uma fazenda aqui no Jardim Seminário e trabalhei lá por mais de dez anos. Eu ajudava a plantar, saía na rua recolhendo galho de árvore, limpando o terreno. Até que consegui descansar um pouco”, brinca sobre a época em que ganhou a casa.
Com os filhos criados, ela narra que foi deixando o antigo trabalho para trás e começou a investir em finalmente ter seu próprio canto de terra. Sem cansar dos cuidados com cada planta, Cida explica que, na casa em que vive, existia apenas um coqueiro ainda pequeno.
Seja com mudas ou a partir de sementes, praticamente tudo o que se espalha pelo terreno nasceu com a ajuda de suas mãos. E, sem cansar de passar horas do dia dedicada às folhas, a moradora explica que é algo que faz parte de si.
Mantendo o mesmo espírito e gostos de quando era menina, Cida também detalha que o amor pela natureza é maior do que só as vegetações. Tanto é que quando algum passarinho se machuca levemente no bairro, os vizinhos já sabem para onde correr.
Caso os ferimentos sejam pequenos, dona Cida dá conta e logo depois solta o bicho, “o mundo é tão grande, não dá para prender os bichinhos. Precisa voar, né?”.
Feliz com a pequena “chacarazinha” que criou, a moradora ainda detalha que até ajuda de outros moradores ela ganhou para que o ar rural nunca fosse embora. “Um vizinho deu essa namoradeira aí na frente, depois a gente colocou outros bancos também. É nosso lugar de se esconder entre as árvores”, brinca.
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