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JULHO, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 16º

Comportamento

Com dinheiro e tudo, Fagner devolve carteira que achou na rua

Alexandre perdeu a carteira com R$ 950,00 junto com todos os documentos pessoais na semana passada, em Campo Grande

Alana Portela | 01/05/2020 07:23
Contente, Alexandre Neves dos Santos Silva mostra a carteira que conseguiu recuperar. (Foto: Paulo Francis)
Contente, Alexandre Neves dos Santos Silva mostra a carteira que conseguiu recuperar. (Foto: Paulo Francis)

Em meio ao caos, sempre tem alguém para “salvar” o dia. Em Campo Grande, a atitude de Fagner Santos da Silva chamou atenção após ele encontrar e devolver a carteira de Alexandre Neves dos Santos Silva. A devolução aconteceu na semana passada, mas a emoção ainda é tanta que eles compartilharam a história com o Lado B.

“Todos estão sujeitos a perder coisas. Nesse caso, tinha até dinheiro, mas não me pertencia, pois tenho o meu trabalho. Tem que ser honesto, isso é de família e também fui aprendendo no dia a dia. Ia ficar satisfeito se alguém me devolvesse o que perdi”, diz Fagner.

Fagner Santos da Silva, à direita, devolvendo a carteira que encontrou na rua para Alexandre. (Foto: Paulo Francis)
Fagner Santos da Silva, à direita, devolvendo a carteira que encontrou na rua para Alexandre. (Foto: Paulo Francis)

Ele tem 36 anos, trabalha como motoboy durante o dia e toca uma lanchonete no período noturno, no bairro Tiradentes, onde o fato aconteceu. Fagner relata que no dia 23 deste mês, estava conversando em frente ao seu estabelecimento quando, por volta das 22h30, Alexandre passou de moto.

“Estava meio rápido e passou o quebra-molas de pressa, nisso a carteira que estava no bolso de trás dele caiu. Os R$ 950,00 que estavam dentro voaram e como vi, resolvi pegar para ver de quem era”, conta.

Após pegar as notas do chão, Fagner abriu a carteira para procurar informações do dono. “Procurei pelo nome dele, cacei um cartão que tivesse algum contato para ligar, mas não achei. A sorte foi que ele aguardou ali o papel do ponto eletrônico do serviço, assim soube onde era o trabalho e o horário que entrava”.

Na carteira, além do dinheiro, estavam os documentos pessoais como CNH (Carteira Nacional de Habilitação), CPF (Cadastro de Pessoa Física), cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e até o documento da moto que Alexandre pilotava.

Fagner mostra onde encontrou a carteira. (Foto: Paulo Francis)
Fagner mostra onde encontrou a carteira. (Foto: Paulo Francis)

Naquela noite, com o nome completo em mãos, Fagner aproveitou para procurar o dono da carteira através do Facebook. “Mandei mensagem, mas não respondeu”, diz o motoboy.

Do outro lado, Alexandre relata que só se deu conta que a carteira não estava mais com ele após chegar em casa. “Tinha acabado de voltar do serviço e, quando bati a mão no bolso, não achei. Entrei em desespero e refiz todo o caminho, fiquei até às 2h da madrugada procurando”.

Ele tem 20 anos e trabalha como repositor num mercado de atacado na Capital. Alexandre comenta que o dinheiro que estava na carteira era para pagar as contas. “Nesse momento, torci para uma pessoa de bom coração achar e me devolver tudo, fiquei pensando muito nisso”.

No dia seguinte, sem perder as esperanças, Alexandre foi para o trabalho e minutos depois de entrar no serviço, a surpresa. “Me avisaram que tinha uma pessoa me procurando. Fui ver e era o Fagner. Ele me perguntou onde eu morava, se tinha perdido, respondi que disse que sim, aí me devolveu. Fiquei tão feliz que quase chorei”, lembra.

Para Alexandre, a atitude de Fagner foi tão bonita que não tem muitas palavras para expressar sua gratidão. “Essas pessoas que acham e devolvem são gratificadas por Deus. Tudo que vai volta. Nem sei o que dizer por recuperar tudo, até o dinheiro, ainda mais nessa crise do coronavírus”.

Após tudo se resolver, Fagner fala sobre a missão cumprida e comenta que, mesmo se não encontrasse o papel informando onde era o trabalho de Alexandre, tentaria devolver os pertences de outra maneira. “Hoje, não tem como não conseguir entrar em contato. Provavelmente, ele passaria pela lanchonete de novo e se não acontecesse, iria nos Correios e até na polícia para tentar encontrá-lo ou em programa de televisão”, afirma Fagner.

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Alexandre e Fagner fazendo o "joinha" com as mãos, sinalizando que a missão foi cumprida com sucesso. (Foto: Paulo Francis)
Alexandre e Fagner fazendo o "joinha" com as mãos, sinalizando que a missão foi cumprida com sucesso. (Foto: Paulo Francis)


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