ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 32º

Comportamento

Corredor de ipês não surgiu do nada, foi plantado há 20 anos por crianças

Foram cerca de duas mil mudas levadas para o local durante as aulas de Educação Ambiental e hoje, as árvores são ponto de selfies

Alana Portela | 10/09/2019 08:00
Douglas a esquerda ao lado do coleguinha, Guilherme Amaral segurando o boné na mão (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Douglas a esquerda ao lado do coleguinha, Guilherme Amaral segurando o boné na mão (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)

Hoje eles são adultos e devem aproveitar as selfies como todo mundo nos últimos dias. Mas há 20 anos os responsáveis pelos ipês brancos do Parque das Nações Indígenas eram meninos e meninas de 6 a 13 anos. Nas aulas de Educação Ambiental na escola Paulo Freire, o grupo teve a missão de garantir o plantio, para valorizar a natureza. 

Já são duas décadas e para a hoje psicóloga Andreia Spengler é gratificante olhar para a paisagem e lembrar que contribuiu com um dos cartões postais da Capital. “Que orgulho. Quem diria que hoje iriam usufruir. É importante ver que a minha ação de quando era pequena virou ponto turístico”, diz toda empolgada.

Ela tinha dez anos e estava na terceira série do Ensino Fundamental. Na época, não havia muito ipê no parque. “Era mais grama. Plantei numa manhã e tinha um engenheiro ambiental que deu uma palestra sobre a importância do reflorestamento. Cada criança plantou sua muda”, lembra.

O tempo passou, hoje, aos 30 anos, ela trabalha como psicóloga, porém nunca esqueceu da atitude. Após o plantio, Andreia voltou algumas vezes ao local para acompanhar o crescimento da árvore, sabia a área exata onde foi plantado o seu ipê. “A escola até colocou uma plaquinha identificando". 

A direita Lucas Ferri segurando a enxada com o coleguinha (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
A direita Lucas Ferri segurando a enxada com o coleguinha (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Crislaine carpindo em 1999 (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Crislaine carpindo em 1999 (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
A diretora da escola, Adelina Maria Avesani Spengler com os alunos (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
A diretora da escola, Adelina Maria Avesani Spengler com os alunos (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)

Claúdia Pedraza, 52 anos, era professora e ajudou a levar os alunos até o parque. “Foram mais de 80 alunos e vários dias de plantação. Separávamos os estudantes por turmas de 20 pessoas e íamos caminhando da escola até lá. Hoje, tenho alunos que caminham no local, veem a plaquinha e comentam sobre a plantação”.

Foram duas mil mudas e a decisão do tipo de espécie que seria plantada no local ocorreu após uma votação entre os alunos. “É a árvore símbolo da região e quando floresce fica bonita. Tivemos a autorização para plantar no parque”, explica a professora.

Lembranças - O físico, Guilherme Amaral, tinha só 7 anos quando plantou a sua primeira árvore. “Foi em 1999. O meu foi o branco. Sempre foi uma atividade que engajava a escola, inclusive com os nossos pais, sobre a questão do desmatamento”. Hoje, aos 25 anos, fica orgulhoso ao lembra que a “sua” árvore está ao lado do lago.

“A gente estudava as árvores típicas do Cerrado. Fomos ao parque antes para observar o local. Tinha toda uma preparação até chegar no dia do plantio. É bom saber que os ipês sobreviveram, que foi uma coisa positiva. É atração turística e traz as memórias. Lembro do meu pai e dos meus amigos de 20 anos”, comenta.

Atualmente, aos 25 anos, Guilherme deixou Campo Grande para morar em São Paulo. Contudo, a cada dois meses visita à cidade natal e passa pelo parque.

Os alunos plantaram os ipês (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Os alunos plantaram os ipês (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Foto tirada com a turiminha que ajudou a plantar no parque (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)
Foto tirada com a turiminha que ajudou a plantar no parque (Foto: Arquivo/ Escola Paulo Freire)

Para o empresário Fábio Dudas, 30 anos, o melhor é poder compartilhar a história com a família que construiu. “Acho que plantei o ipê rosa. Hoje vemos aquelas árvores maravilhosas e falo que fui eu quem plantei também. É gratificante ter contribuído com uma iniciativa como essa”.

Ele mora próximo do parque e é um dos que adora caminhar no local. “Vou semanalmente ao parque. O meio ambiente e a plantação contribuíram para meu crescimento”, destacou.

Continuação - Hoje, o colégio continua com o projeto de Educação Ambiental. “Estamos atualmente plantando mudas na praça que a escola adotou. Esse ano plantamos 15 mudas de ipês amarelo. Nossos alunos que participam do projeto no Club de Ciências, são chamados de Guardiões da Natureza”, conta a diretora Adelina Maria Avesani Spengler.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram

20 anos depois, os ipês são atrações do parque (Foto: Marina Pacheco)
20 anos depois, os ipês são atrações do parque (Foto: Marina Pacheco)
As flores brancas encantam quem passa pelo local (Foto: Marina Pacheco)
As flores brancas encantam quem passa pelo local (Foto: Marina Pacheco)
As árvores foram plantadas uma ao lado da outra (Foto: Marina Pacheco)
As árvores foram plantadas uma ao lado da outra (Foto: Marina Pacheco)
Na entrada do Parque das Nações Indígenas tem um corredor com os ipês (Foto: Marina Pacheco)
Na entrada do Parque das Nações Indígenas tem um corredor com os ipês (Foto: Marina Pacheco)
Nos siga no Google Notícias