De Miranda para Amazônia, índios ensinam como salvar língua quase extinta
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“Meu povo tem uma história muito triste, em relação à língua. No passado meu povo foi muito massacrado e proibido de falar a língua. Da nossa língua, hoje, nós só temos dois falantes”. O desabafo é do professor Raynney Datxe, indígena da etnia Apiaká da região amazônica, no norte de Mato Grosso.
O povo dele não é o único a sofrer o massacre cultural. Na semana que passou, o professor veio junto com uma comitiva de educadores Apiaká a Miranda para aprender como preservar o pouco que restou da língua.
No Estado, a comitiva acompanhou o trabalho do Ipedi (Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural) no resgate da língua e da cultura dos índios terena das oito aldeias de Miranda. Projeto daqui que já recebeu diversos prêmios nacionais por promover a preservação da língua terena, já em extinção.
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A tecnologia criada pelo Instituto consiste na na produção de material didático para educação infantil e alfabetização, tanto em português quanto em terena e pautados na cultura local.
O mesmo pode ser reaplicado para ajudar a salvar outras línguas indígenas em extinção no Brasil, como a língua dos Apiakás.
“Nosso objetivo na aldeia Babaçú, no município de Miranda, foi de conhecer como é que foi desenvolvido este projeto, porque no futuro nós queremos também fazer o mesmo”, afirma o professor Raynney Datxe.
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