Discórdia entre sócios cria na avenida Calógeras o "quarteirão das perucas"
Na Calógeras, entre a rua Barão do Rio Branco e a avenida Afonso Pena, o que chama a atenção de quem passa na calçada são as duas lojas de perucas, quase uma ao lado da outra. O curioso mesmo é que uma delas vende acessórios e aparelhos telefônicos, sem nenhuma lógica aparente na combinação de produtos. Desvendar o "mistério" é descobrir uma disputa bem inusitado na rotina do comércio.
Na loja de celulares, logo na entrada, um armário de vidro deixa em exposição perucas sintéticas à venda. Em uma placa, o aviso adverte: “É proibido fotografar usando o acessório”. “Tem gente que vem só pra brincar e acaba estragando”, explica Jéssica Militão, filha do proprietário da loja.
As perucas curtas custam a partir de R$ 89,00, e as longas chegam a R$ 299,00. Segundo Jessika, os clientes geralmente são pessoas que tem cabelo curto ou que fazem quimioterapia.
O salão de beleza vizinho, o "Maximu's", também tem na parede dezenas de perucas, mas feitas com cabelos de verdade, de todos os tipos. Os fios vêm de Ponta Porã e de Dourados, usados para apliques, com serviços a partir de R$ 800,00, explica o cabeleireiro e dono do salão, Levy Gonçalvez Dias, de 51 anos.
Ele conta que a ideia original era montar um salão de beleza que aplicasse mega hair e que também tivesse perucas sintéticas à venda, mas uma briga com o ex-sócio, acabou em "partilha dos bens".
O dono da loja ao lado, o comerciante Rosivaldo Militão, de 47 anos, queria ter o salão, mas não abria mão de vender aparelhos telefônicos em um mesmo espaço.
O sócio Levy não concordou e a parceria foi pelo buraco. Eles então dividiram as perucas, um ficou com as sintéticas e outro com as naturais. Como Levy queria mesmo é fazer mega hair, as artificiais não interessavam, então coube ao ex-sócio ficar com elas.
Mas Rosivaldo avisa que em janeiro vai parar de vender as perucas. “Continuei vendendo porque tinha espaço, mas capa de celular voltou à moda e vou preencher o armário com isso”.
Outra justificativa é a falta de compradores de perucas “Vendo no máximo uma por semana”, comenta.