Do vestido ao bolo, expectativa é maior quando filha de cerimonialista casa
Patrícia Faracco é cerimonialista em Campo Grande, mas enfrentou o desafio ir ao exterior realizar sonho da filha
O casamento perfeito, essa era a única convicção da cerimonialista Patrícia Faracco ao embarcar com a filha Thayane Faracco e o genro, Felipe Casanova, para Portugal. Foram dois anos de preparação, cada detalhe minuciosamente pensado em estar de acordo com o desejo dos noivos e claro, da mãe. Nada podia dar errado, já que ela transforma sonhos em realidade há anos e se “desdobrou” entre as cerimônias profissionais e o compromisso pessoal até a chegada do grande dia.
“A cobrança foi grande, sou perfeccionista. Me esforço para realizar o sonho perfeito de todos, e o da Thayane não podia ser diferente. Ela queria um casamento fora do País, fiquei meio em pânico porque em Campo Grande é tudo mais fácil, teria a festa em minhas mãos, sabia com quais profissionais poderia contar, porém em outro país não tinha essa segurança. Tinha que ser do jeito dos noivos, da família e ter a nossa personalidade”, conta. Patrícia é uma das cerimonialistas de Campo Grande conceituada, realiza diversos casamentos anualmente.
Os preparativos da festa começaram dois anos antes, após Thayane e Felipe optarem por Portugal. A escolha do país foi em homenagem ao avô da noiva, que faleceu há algum tempo e também porque o casal gosta de viajar e conhecer outras culturas. Na primeira visita ao local, Patrícia aproveitou para encontrar uma cerimonialista portuguesa, que pudesse ajudá-la na organização. “Tendo duas assessoras de casamento tinha que sair tudo perfeito”, avalia.
Mãe e filha visitaram vários lugares de Portugal. A noiva é católica e queria casar na igreja, e Patrícia sabia que o casal gostava de praia e do mar, então uniu os dois no Forte da Cruz, localizado na cidade de Estoril, que fica entre Lisboa e o distrito de Cascais. “Era um local à beira da praia, que já tinha buffet, pois queria um espaço bonito, com comida e bebida boa”.
Por terem escolhido o país, a cerimônia e a festa deviam ser como manda a tradição portuguesa. Esse foi o desafio de Patrícia, já que a cultura é diferente do Brasil. “Como a igreja é linda, com um altar de ouro, ladrilhos na parede, não teve quase nada de decoração. Misturamos o simples com o elegante, estilo brasileiro e ao mesmo tempo português”, explica Patrícia.
Já com os locais encaminhados, era o momento de Patrícia pensar na filha. “A beleza da noiva é muito importante, tem que se sentir maravilhosa. Entretanto, as mulheres de lá não costumam ser tão vaidosas como as do Brasil. Fomos em vários salões, mas não deu certo, então levamos o nosso cabeleireiro e maquiador de Campo Grande”.
Os músicos que animaram a festa do casal também vieram do Brasil, um DJ de Campo Grande e a Cia Sinfônica de Cuiabá, ambos amigos da família. “Música tinha que ser boa, gostamos de dançar, somos animados”, afirmou a mãe.
Por ser um casamento estilo português, o bolo era simples, mas a mãe coruja não aceitou. “Procurei várias pessoas, pois queria algo que lembrasse Portugal, não achei por lá. Conversei com uma amiga de Campo Grande, falei como gostaria e ela fez um bolo falso surpreendente, que levei na mala. Tive medo de não passar na alfândega”, lembrou. Nas malas também foram chinelos, porta guardanapos e o tradicional doce “bem-casado”. “Fomos com muitas malas, os amigos levaram várias coisas”, disse.
O grande dia exigia registros que marcassem o momento mais especial da vida de Thayane e Felipe. Os fotógrafos também são amigos da família. Marcos Vollkopf e Arlindo Namour Filho não deixaram escapar nada de suas lentes. “Eram dois, não tinha como dar errado”.
Os dois anos de preparação para a festa oficial renderam outras celebrações como o Chá de Panela, Chá de Lingerie, noivado, casamento no civil e todas as outras comemorações que os noivos tinham direito. Inclusive, um dia antes do casório ocorreu o “brunch”. “Um almoço que começa de manhã e termina tarde”, lembra a cerimonialista.
As passagens também foram compradas com antecedência e toda parte de papelaria providenciada em Campo Grande. “Foi uma operação de guerra, de muito cuidado, trabalho, esforço e preparação. Em Portugal eles fazem missal, tipo de livrinho da missa, porque o casamento é com missa. Levei o cardápio. Tudo pensado para que saísse exatamente como eles queriam”.
O grande dia - O casamento ocorreu no dia 19 de junho, numa quarta-feira, às 16h. Mas Patrícia e os noivos foram para Portugal uma semana antes a festa. Ao todo, 150 convidados prestigiaram o evento. Thayane usou um vestido no estilo “renascença”, com renda brasileira.
Os olhos de Patrícia estavam atentos a tudo. “Queria ser a mãe e a cerimonialista, arrumei o cortejo do casamento e uma amiga que trabalhou comigo ajudou”, diz. Alguns momentos foram ainda mais especiais. As alianças dos noivos, por exemplo, foram entregues pelos avós no altar, pois os anéis eram deles.
Surpresa - A preparação também teve "Tuque Tuque" e um convidado do noivo foi a surpresa para Thay. “É um triciclo que carrega seis pessoas. Teve porque a igreja ficava a cerca de um quilômetro da festa. A surpresa pra ela foi o Serjão Loroza porque é um cantor que ouvimos muito, auto astral”, disse.
Como manda a tradição, após a cerimônia, os noivos dançaram a valsa e também mandaram ver na coreografia do fado “Boemio e Vadio”, trilha da série “La Casa de Papel”. A pista foi liberada para os convidados em seguida. Por ser um dia marcante e como forma de agradecimento, quem estava na festa recebeu um ladrilho pintado à mão, bem ao estilo português. “Estava escrito ‘Gratidão’”, conta Patrícia.
“Foi um sonho, mais do que esperava e faria tudo novamente. Queria algo diferente e estar com as pessoas que gosto. Um lugar bonito, cerimônia linda e a surpresa que amei, o show foi incrível. Não tenho palavras para descrever, foi maravilhoso”, afirmou Thayane.
O casamento passou, mas o casal continua fora do país viajando e aproveitando a Lua de Mel. No último domingo os pombinhos estavam na Jordânia, mas devem passar pelo Japão antes de retornar ao Brasil.