Dono pede paciência com ônibus “idoso” de 1969 que virou casa
Ricardo economizou durante 20 anos para comprar um Mercedes de 1969, que virou motor home
O sobrado gigantesco de tijolinho à vista, no Cabreúva, segue intacto como a casa principal de Ricardo Stevaux de Oliveira, de 47 anos. Mas há um ano e meio, ele tem uma nova morada, de aproximadamente 15 metros quadrados, em motor home feito em um ônibus Mercedes de 1969.
“A casa velha com motor novo e turbinado”, como define o próprio dono, é um sonho que ele tinha desde a adolescência, por isso, ele aprecia cada detalhe da nova aquisição, que quando não está na estrada, fica estacionada na frente de sua casa.
O dono tenta aproveitar cada detalhe do motor home, que foi montado mesmo 1986 e se mantém original até hoje. Por ser um veículo antigo, menos potente comparado aos carrões do ano por aí, ele resolveu deixar um recado direto aos apressadinhos que torram a paciência no trânsito de Campo Grande.
Na traseira do veículo, o aviso é claro: “Respeito ao idoso, motor home 69, não tenho pressa estou em casa!”.
E se engana quem acha que o recado é sobre o motorista. “Eu sou novinho, velho é o motor home, então, é com ele que eles precisam ter paciência”, diz.
O recado foi colocado há um mês e tem surtido efeito. “Agora, as pessoas buzinam, cumprimentam, acham engraçado e até perguntam”.
Já na parte dianteira do motor home, a frase “Meu Sonho” é para motivar aqueles que almejam um dia ter uma casa móvel como a dele. “Eu já fui um sonhador, meu olho brilhava quando olhava um motor home, então, a frase é para dar força”.
Mas de velho mesmo é só veículo, dentro dele, cada detalhe está bem conservado. O ladrilho antigo do banheiro se mantém, assim como o revestimento com cara de casa de vó no sofá e o cheiro do mobiliário de madeira. Tudo funciona perfeitamente e está em excelente estado.
Ricardo é cuidadoso e se orgulha do espaço, que é suficiente para viajar com sete pessoas. Tem cozinha, banheiro, quarto de casal, beliche e mesa que se transforma em cama.
A morada móvel é climatizada com ar-condicionado e miniventilador por todo canto. Tem geladeira, fogão e utensílios. Do lado de fora, um compartimento guarda a máquina de lavar roupa de 5 kg. “A casa é completa, basta pegar a estrada”.
Ricardo trabalha no almoxarifado central da Prefeitura e costuma ir de motor home até o trabalho. Aos fins de semana, estaciona na Avenida Afonso Pena e chama atenção de quem passa. Já viajou para Aquidauana, mas os planos agora são de viajar até Porto Alegre.
“Economizei durante um longo tempo, até que na pandemia, surgiu a oportunidade de comprar. Agora, queremos aproveitar e viajar por aí, mas sem pressa, afinal, o Mercedes é idoso”, brinca Ricardo.
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