Elfo ‘gigante’, Luiz ouviu criança falar de tudo em 2 meses no shopping

A vida de elfo não é nada fácil e cheia de surpresas para quem precisa lidar com crianças e adultos diariamente. Luiz Augusto Lucas da Silva, de 29 anos, tem local de fala para o assunto, pois neste ano arranjou um ‘bico’ como ajudante do Papai Noel no Shopping Campo Grande.

Em dois meses de trabalho, ele viu, ouviu e viveu de tudo um pouco. O elfo ‘Gigante’, como chegou a ser chamado por crianças, compartilha a rotina nas redes sociais e conta tudo com bom-humor.

“Teve uma situação em que eu estava balançando uma menina, ela ficava me encarando e assim, criança quando encara demais vem bomba aí. Ela pegou, olhou pra mim e disse: ‘Tio, você é um morango?’ Já chamaram a gente de elfo, morango, tomate, bruxas”, ri.

Pós-graduando em Gestão de Turismo, Luiz relata que a espontaneidade dos pequenos garantem momentos engraçados no trabalho. “Às vezes tem dias que não estamos tão bem. Mas, o legal de trabalhar com crianças, já tive outras experiências com elas, é que elas são pequenas caixinhas de Pandora. São cheias de surpresa, observam as coisas, falam na lata, questionam, testam a gente, os pais, são muitas vezes sinceras”, diz.

A sinceridade delas é tanta que, segundo ele, às vezes assusta. “Tem umas crianças meio sinistras. Um amigo nosso esses dias perguntou pra criança: ‘Você sabe o que acontece com as crianças que não obedecem o papai ou a mamãe?’ Aí a criança que tava do lado falou assim: ‘Ele (Papai Noel) esquarteja’ Falou bem assim sinistro”, fala.

A altura dele, que tem quase dois metros, é outra característica que para as crianças o destaca dos demais elfos. “Os pais sempre falam: ‘Esse elfo tá muito gigante’. A criança passou na minha frente, não falou nada e quando passou mais pra frente botou as duas mãozinhas no rostinho, olhou pro pai dele e falou: ‘Olha papai, meu Deus, como aquele elfo é gigante”, lembra.

Nessas horas, Luiz comenta que é necessário entrar na brincadeira das crianças e ter criatividade. “Eu sou muito alto e eles assistem filmes e os elfos é tudo pequenininho, mas aí a gente dá aquele migué, fala que Papai Noel deu uma poção mágica para ajudar no shopping. Ali a gente vira contador de história também”, pontua.

Enquanto as crianças confundem o uniforme de elfo com morango ou até mesmo acham feia, o ajudante do Papai Noel revela que as senhoras acham a vestimenta um máximo. “Muitas senhoras acham a gente fofinho, falam que a gente tá lindo com a roupa, já ouvi milhares de vezes que a gente tá bonitinho, fofinho”, comenta.

Para dar conta dos estudos e equilibrar a rotina de aulas, Luiz já trabalhou fazendo de tudo um pouco. “Comecei a fazer vários freelancers esse ano como bartender, decorador, garçom, cerimonialista e por aí vai”, explica.

Como elfo é a primeira vez de Luiz que relata que somente neste ano conseguiu tirar uma foto ao lado do ‘Bom Velhinho’. “Inclusive foi trabalhando assim que tive minha primeira foto com o Papai Noel, nunca tive pais religiosos”, justifica.

Mesmo sendo cansativo e passando horas em pé, o elfo garante que está gostando da experiência. “É muito legal ser parte real do que é até então é uma fantasia pras crianças”, conclui.

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