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Comportamento

Em 5 dias, fé trouxe amigos a 1.900 metros de altitude para Flavia

Jornalista conta sobre como o Caminho da Fé desperta sensações e espiritualidade durante o trajeto

Por Aletheya Alves | 09/10/2023 07:03
Flavia e Lilian durante a viagem no Caminho da Fé. (Foto: Arquivo pessoal)
Flavia e Lilian durante a viagem no Caminho da Fé. (Foto: Arquivo pessoal)

Depois de muito ouvir sobre o Caminho da Fé, trajeto entre Paraisópolis, em Minas Gerais, e Aparecida do Norte, em São Paulo, a jornalista Flavia Vicuña decidiu se aventurar pela caminhada de 120 quilômetros. Nela, passou por 5 dias de viagem e conta que reforçou não apenas a fé, mas também a sensibilidade em suas relações.

Retornando às memórias construídas durante o percurso, ela destaca que além do encontro com Deus, Nossa Senhora Aparecida e com a natureza, o encontro com as pessoas foi algo tocante.

A relação com os outros viajantes, a forma com que as relações vão sendo construídas rapidamente e a sensibilidade contrastam com o cotidiano, como Flavia comenta. “Nós estamos aqui convivendo com as pessoas todos os dias no trabalho e a gente não sabe nada sobre elas. Somos incapazes de perguntar alguma coisa que seja referente às pessoas, como está, o que está sentindo”.

Já no caminho, esses são questionamentos frequentes, “se tem uma pessoa com dor, você a ajuda e a gente se relaciona intimamente com as pessoas de uma maneira muito profunda. Muito rapidamente você faz amigos, se emociona com as pessoas, ajuda e é ajudado o tempo inteiro. Então, é uma forma de olhar para as relações, você aprende a olhar para as relações de um outro jeito”, diz.

“Subimos a Serra da Luminosa e o ponto mais alto da Serra da Mantiqueira. Chegamos a 1.900 metros de altimetria, um lugar belíssimo e mágico. Agora, é rumo a Santiago de Compostela com meu marido”.

Ao lado da amiga e professora de yoga Lilian Ottoni, Flavia entrou no desafio após ouvir vários relatos sobre a viagem. Para ela, o trajeto foi visto como um caminho de autoconhecimento, até por não ser católica e devota de Nossa Senhora Aparecida.

“Eu queria fazer esse caminho no Brasil porque é mais barato, mais acessível e mais fácil para eu ter certeza de que eu queria fazer o Caminho de Compostela. No fim, descobri que uma coisa não tem nada a ver com a outra, que caso queira fazer, pode fazer qualquer caminho”, explica Flavia.

Chegada de Flavia em Aparecida, após os 5 dias de viagem. (Foto: Arquivo pessoal)
Chegada de Flavia em Aparecida, após os 5 dias de viagem. (Foto: Arquivo pessoal)

De volta a Campo Grande, a jornalista pontua que os primeiros momentos após a viagem são envoltos em um estado de desconexão. “Voltei refletindo muito. A gente quer realmente manter aquele ritmo mais tranquilo, mas é uma coisa quase impossível dentro da nossa rotina. Mas, acredito que muita coisa mudou em mim, acho que fica reverberando tudo aquilo que a gente viveu. É uma lembrança deliciosa”.

Ainda emocionada com os reflexos da viagem, Flavia detalha que se viu com a confiança na fé ampliada.

Sobre a preparação, Flavia explica que não existe um treino específico para o Caminho da Fé, já que ele acontece de formas diferentes para cada pessoa. Por isso, apesar de ser possível fazer treinos para a parte física, ela narra que sempre há imprevistos.

“Nós conversamos com pessoas que foram para o caminho, perguntamos sobre mochilas, qual tênis usar, levamos um kit de primeiros socorros para furar bolha, levamos roupas, enfim, nos preparamos para essas coisas palpáveis”, comenta.

Além disso, devido ao trajeto ser longo, os treinos também foram intensos. “A gente começou a treinar três meses antes da viagem, treinamos no Morro do Ernesto. Na cidade, nós fazíamos 20 km, andamos 30 km por dia também e nos preparamos da forma que dava. Treinamos no sol quente com mochila e com tudo o que a gente ia usar lá, mas o Caminho da Fé é diferente”.

Explicando melhor sobre as imprevisibilidades, a jornalista comenta que imaginou que faria a viagem sem problema algum até que se machucou antes mesmo de iniciar o caminho. E, mesmo imaginando que não conseguiria seguir, resolveu tentar e viu que era possível.

“Uma coisa que aprendi é que a subida cansa e que a descida dó, e é muita subida e descida, então não existe preparativo para certas coisas. Existe uma organização, um treino, mas ninguém lá está 100% preparado para o caminho, ele vai te dar as dificuldades e os desafios que você precisa viver. Eu acho que é isso”, completa.

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