Em MS, Mirella deu 1º passo na carreira que a levou ao Lollapalooza

Antes de subir no palco do Lollapalooza e ‘alçar voo’ diante da plateia, Mirella Costa percorreu uma longa jornada na música. A artista, que atualmente realiza turnê com o rapper Baco Exu do Blues, espalhou talento em diversos lugares, inclusive em Campo Grande.

A apresentação solo de Mirella ocorreu no último domingo (26) durante o show do artista baiano. Na data, ela prestou homenagem a uma das cantoras favoritas, Gal Costa. Interpretando ‘Força Estranha’, Mirella soltou a voz e foi ovacionada aos gritos pela plateia.

O momento, conforme a artista, faz parte da turnê que realiza com o artista e a equipe desde 2022. “Durante a turnê tenho esse momento e comecei a fazer várias homenagens. Tem se tornando um dos grandes momentos do show, é um grande ápice, porque ninguém tá esperando”, afirma.

Veja o vídeo a seguir: 

Começo da carreira- Na Capital, a musicista viveu em dois momentos diferentes no período de quase uma década. Natural de Recife, Mirella é filha de uma recifense e um campo-grandense.

“Meu pai é militar. Ele conheceu minha mãe em Recife, nasci em Recife e morei até os 8 anos. A gente foi pra Campo Grande por um tempo, depois para Belo Horizonte, voltamos para Campo Grande e eu tinha 13 anos”, conta.

Na segunda passagem pela cidade, Mirella deu os primeiros passos na música. O interesse, no entanto, surgiu antes da fase adolescente graças ao incentivo da família. “Minha mãe era artista plástica, ela pintava e meu pai é formado em filosofia. Meus pais sempre me incentivaram a expor minha arte e me expressar da forma que fosse”, diz.

Para expressar essa arte, ela fez aulas de teclado numa escola de música e tocava na igreja. Apesar de escrever as próprias composições, Mirella explica que não cantava na época. “Eu era muito tímida porque era uma criança gordinha, queria cantar, mas tinha vergonha”, diz.

A primeira professora, Sandra, foi quem incentivou ela a fazer um teste para o coral. No teste, a musicista se destacou e foi instruída a buscar aulas de canto por ter a voz extremamente afinada. Já aos 16 anos, a recifense ingressou no curso de música da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) como uma das dez primeiras colocadas.

Devido a saúde da mãe, a artista se mudou para São Paulo onde seguiu cantando na igreja e gravou o primeiro disco ‘Minha Arca’. O álbum foi dedicado aos pais e rendeu o prêmio como artista revelação do ano.

A voz de Mirella também rendeu bolsa integral para estudar em Boston em 2015. Entre os momentos inesquecíveis enquanto aluna, ela recorda o convite que recebeu no segundo mês de faculdade. Na época, a artista foi chamada para fazer parte de uma apresentação onde Milton Nascimento estava na plateia.

Os Estados Unidos foi o ponto de partida para as primeiras turnês que posteriormente alcançaram a Europa. O ápice da nova fase na carreira foi interrompido pela pandemia que a trouxe de volta para o Brasil.

Em 2021, Mirella recebeu de um antigo amigo da faculdade a proposta de integrar a equipe do Baco. Por nunca ter cantado rap, ela considerou recusar o convite, porém uma frase da mãe mudou tudo.

“Lembro exatamente as palavras dela. Ela disse: ‘Filha às vezes a gente insiste em querer entrar por uma porta e Deus não abre essa porta. Por teimosia a gente não olha pro lado e vê que a janela está sempre aberta. Filha você nasceu pra voar, sobe na janela e voa”, recorda.

Poucos meses após a conversa, a mãe de Mirella faleceu. “Decidi que por ela eu faria esse trabalho”, fala. Durante os ensaios para turnê, Mirella sempre interpretava músicas que gostava, por isso, veio a sugestão do Baco de ter um momento só dela na turnê.

Neste ano, ela planeja seguir cantando e produzindo trabalhos autorais para gravar. “Esse ano de 2023 quero estar mais focada nas minhas coisas, quero sim tentar gravar coisas minhas autorais. Tô com algumas ideias de projeto, mas eu quero um trabalho bem profissional brasileiro”, conclui.

Quem quiser acompanhar o trabalho, o perfil no Instagram é @mirellacostaoficial

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