Emoção de fotógrafo voltou ao ver último registro em câmera analógica
O #TBT de hoje traz lembrança do fotógrafo Matheus D’Almeida, com fotos feitas em 2014
A câmera digital chegou faz tempo facilitando, especialmente, a vida do fotógrafo. Junto dela, chegou também corrida para a foto perfeita, fazendo que muitos esquecessem rapidamente a texturas dos filmes, suas distorções na lente, granulação, pelo fato da analógica não ter uma definição tão precisa quanto a digital. E foi justamente isso que fez um casal nadar contra a corrente e escolher a fotografia analógica para o momento do “sim”.
As imagens não são atuais. Os registros foram feitos pelo fotógrafo Matheus D’Almeida em 2014. E ele resolveu compartilhar no #TBT de hoje, a emoção que sente ao lembrar do último casamento que registrou sem a câmera digital.
“As fotos em filme foram um pedido específico do noivo. Na época, até insisti em fazer digital, mas no final, acabei topando a ideia”, lembra Matheus, que guarda as fotos com um dos registros mais especiais nos últimos anos de carreira.
Luiz, o noivo, conta que sua família sempre teve registro de festas de aniversário, natais, viagens e tudo ainda é guardado carinho como se fosse tesouro.
“No começo dos anos 2000, começaram a surgir máquinas digitais, aliás, começaram a chegar perto da gente. De repente, as câmeras digitais começaram a ficar com resoluções perfeitas, começou uma corrida pela foto perfeita, pela definição e foco perfeitos, e tudo ficou muito descartável eu acho”, descreve o noivo.
Depois de conhecer Matheus em curso de fotografia no Senac e trocarem ideias sobre câmeras e lentes, surgiu o pedido que seu casamento fosse fotografado com a analógica. “Gosto das texturas do filme, de suas distorções na lente, da granulação, fica um clima muito especial”, justifica.
Matheus, claro, não negou o pedido, mas lembra até hoje do nervosismo. “Antes de qualquer casamento, eu fico bem inquieto, com frio no estômago, porque eu tenho o hábito de visualizar as imagens na cabeça, pensar na luz do ambiente, na configuração da câmera, mas nesse caso, eu nem dormi direito, afinal, o casamento é um momento único na vida do casal”.
O fotógrafo sabia que não daria para refazer alguma coisa, então, o jeito era confiar na experiência fotográfica e nos testes nas câmeras analógicas que teve ao longo da vida, desde as câmeras mais simples até as profissionais.
O momento da revelação ele lembra que foi o mais impactante. “Acho que foi o momento mais tenso para saber se deu tudo certo ou se era melhor não ter inventado moda, mas deu tudo certo. O laboratório que fiz a revelação tem experiência e seguiram as minhas recomendações certinho. Revelamos o negativo e depois digitalizamos para fazer os ajustes necessários no computador”, destaca Matheus.
Depois de lembrar de todo esse processo, hoje, Matheus se organiza para voltar a fazer ensaios de família e retratos femininos com analógica. “Tenho duas câmeras prontas para isso, que é uma Rolleiflex TLR e uma Olympus trip 35, que era do meu pai, mas a dificuldade de achar filme para uma delas é um fator que atrapalha”, explica.
E você, tem uma lembrança especial? Envie sua foto e história para o #TBT do Lado B no Facebook ou (67) 99669-9563 (clique aqui e chame agora mesmo).
Confira a galeria de imagens:
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.