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Comportamento

Enquanto não realiza sonho, Ary transforma praça em salão

Gosto por cortes de cabelo começou durante brincadeira com amigos e se tornou profissão

Aletheya Alves | 24/08/2023 07:33
Ary se divide entre conveniência e praça para atender clientes. (Foto: Arquivo pessoal)
Ary se divide entre conveniência e praça para atender clientes. (Foto: Arquivo pessoal)

Se dividindo entre o trabalho na conveniência e a praça do Portal Caiobá, Ary Gabriel Venâncio Garcia constrói diariamente novas partes de seu sonho: ser barbeiro. Tendo começado a trajetória no início do ano, o jovem de 19 anos decidiu que iria tentar ganhar a vida com a nova profissão e, desde então, transforma o espaço a céu aberto em seu salão improvisado.

Na tarde desta quarta-feira (23), o espaço entre as ruas Otaviano Ignácio de Souza e Angelo Nakohodo recebeu mais uma vez os materiais que foram comprados pouco a pouco. Com uma cadeira de plástico para servir de suporte da caixa de papelão com os equipamentos e outra para os clientes, Ary narra que faz o “vai e vem” entre a conveniência e a praça.

Conseguindo se manter com os dois trabalhos, o jovem comenta que tudo começou no início de 2023 como uma espécie de brincadeira. “Eu fui cortando o cabelo de uns amigos e pegando prática. Sempre gostei de desenhar, então fui treinando isso também nos cortes”.

Desde então, já trabalhando em uma conveniência próxima à praça, a ideia foi começar a atender outros clientes por ali. Explicando que o trabalho focal é o mais antigo, a parte da barbearia se mostra quando consegue brechas atrás do balcão.

“Sempre que tenho um tempo na conveniência, eu venho para a praça e corto. Agora, já estou cortando de bastante gente, não são só meus amigos, então tenho uma clientela boa”, detalha o barbeiro.

Gosto por desenhar fez com que o barbeiro iniciasse trabalhos personalizados. (Foto: Arquivo pessoal)
Gosto por desenhar fez com que o barbeiro iniciasse trabalhos personalizados. (Foto: Arquivo pessoal)

Tendo crescido no Caiobá, Ary comenta que a facilidade de conhecer a vizinhança é um dos pontos que auxiliam na construção do sonho. Isso porque apesar da região possuir outros salões e barbearias, os colegas e conhecidos sempre entram em contato.

Hoje, ele garante que o espaço na praça tem servido bem, mas que a imaginação se direciona para um espaço com quatro paredes. “Eu quero abrir um salãozinho, mas acho que vai demorar por dinheiro mesmo. Sei que vai acontecer, mas não sei quando”.

Enquanto isso, os investimentos seguem ocorrendo nos equipamentos necessários para os cortes masculinos. “Consegui comprar bastante coisa já, tenho duas máquinas de acabamento, duas normais, cadeira, navalha, fui vendo o que precisava para trabalhar”, diz.

E, devido aos dois trabalhos simultâneos, ele comenta que a dinâmica para os atendimentos é a mais variada possível. Sem horário de iniciar ou encerrar os serviços, tudo segue no boca a boca.

“Normalmente, a pessoa vem e fala que quer cortar em tal dia. Chega e fala ‘Ary, amanhã eu venho aí para você cortar’ e a gente combina. Não tem um horário fixo, mas eu vejo o que a pessoa quer e faço”, detalha Ary.

Além dos cortes para clientes em geral, que costumam custar entre R$ 15 e R$ 20, Ary completa que tem aceitado participar de ações com cortes gratuitos no bairro. “Vou lá, corto das crianças e assim vou indo. Não quero parar mesmo”.

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