“Floquinho” virou tattoo no braço de Gustavo que aprendeu a amar Fusca
O desenho do carro é uma homenagem à sua mãe Marisa, que compartilha a mesma paixão e juntos, viveram várias aventuras na estrada
Em homenagem à mãe, o empresário Gustavo Pagano Moretti fez o Fusca “Floquinho”, de 1976, virar tatuagem. Aos 29 anos, ele conta que foi Marisa Pagano quem o ensinou a amar esse modelo de carro e, juntos, já viveram muitas aventuras e perrengues nas estradas.
“Minha mãe ama Fusca e me ensinou a amar também. O significado da tattoo é forte, pois um dia, espero que demore, minha mãe vai partir. Quando olhar essa tatuagem, vou me lembrar das histórias que vivemos e das viagens que fizemos”, diz.
A tatuagem está no braço de Gustavo e foi realizada pela tatuadora, Cássia Marjoris, no domingo passado. No desenho é possível ver as malas, a placa com a palavra “Mãe” e duas pessoas dentro de “Floquinho”, que representam Marisa e o filho. “As malas no bagageiro simbolizam a ‘última’ viagem que vamos fazer juntos”, explica.
A paixão por Fusca começou ainda na infância, quando a família morava em Mauá – SP. “Minha mãe já teve uns 13 Fuscas, um de cada cor. Foi o primeiro carro dela e, inclusive, ela aprendeu a dirigir em um. Desde pequeno, sempre viajava no chiqueirinho que meus pais tinham”, lembra.
Em 1993, a família decidiu vir morar em Campo Grande e a mudança foi realizada num Fusca 79. Seriam mais de mil quilômetros de aventuras sob às quatro rodas e, na época, Gustavo tinha cinco anos. Ele, a avó Marlene e a mãe botaram o pé na estrada.
No entanto, já em Presidente Prudente, o carro apagou. “Paramos na beira da estrada, pois o Fusca tinha apagado e não funcionava. Tivemos que ficar horas esperando o mecânico”, recorda. Após tudo se resolver, eles retomaram a viagem e conseguiram chegar na Capital.
Por aqui os anos passaram e o carinho por esse modelo de carro aumentava cada vez mais. Assim como a Marisa, o filho também aprendeu a dirigir num Fusca. “Em 2000, 2001, de tanto insistir, minha mãe me levou no estacionamento da universidade e me ensinou a dirigir”.
Mas, foi a partir de 2011 que “Floquinho” entrou para a família, após o Fusca anterior ser furtado. “Como a gente estava passando por uma crise financeira, mas não podíamos ficar sem carro, achamos esse à venda e foi amor à primeira vista. Compramos e as lembranças vieram imediatamente”, recorda.
Aos poucos, foram restaurando o carro e batizaram de “Floquinho”, por conta da cor branca, como neve. A cada peça trocada, mãe e filho se apegavam ainda mais ao veículo. Foi então, que eles fizeram a promessa de, só se desfazer do Fusca, para entregar a uma pessoa apaixonada pelo modelo. “Que vá curtir intensamente o carro, igual a gente”.
“Floquinho” deu continuidade às aventuras da família nas ruas de Campo Grande e já fez Gustavo enfrentar alguns perrengues. “Uma vez, fomos comer um lanche na rodoviária, deixei o rádio ligado e acabou a bateria. Tivemos que empurrar. Todo mundo já empurrou um Fusca”, diz rindo da história que passou.
Apesar do sufoco, “Floquinho” também é parceiro e foi até para São Gabriel do Oeste com a família. “Foi na festa do Porco no Rolete em 2014. Foi marcante porque fazia tempo que não viajávamos de Fusca e quando chegamos lá, várias pessoas quiseram tirar fotos e até comprá-lo”.
Na ocasião, segundo Gustavo, um fazendeiro chegou a oferecer R$ 20 mil. “Disse que esse era o carro dos sonhos do filho dele e que era para botar o preço que eu quisesse, que ele compraria. Mas, respondi que não vendia, pois, minha ligação com Floquinho não é só dinheiro”.
Outro fato marcante ocorreu no ano seguinte. “Minha mãe teve câncer e o tratamento inteiro a gente foi com o Fusca. Inclusive, no dia que ela recebeu alta da cirurgia eu e meu padrasto, fomos buscá-la com Floquinho”.
Atualmente, a família tem outros carros, mas não deixa Floquinho de lado. Pelo menos, uma ou duas vezes, Gustavo sai para trabalhar com ele. “Para não ficar muito parado. Fim de semana sempre dou umas voltas também. Costumava ir a encontros, pois fazia parte do grupo Velho Oeste, porém parei”.
O amor que começou com Marisa, depois passou por Gustavo agora também faz parte da vida do pequeno Enrico, de 4 anos. “Tenho um filho que é apaixonado pelo Fusca e, toda vez que vem em casa, me faz ligar e sair na rua”, conta.
Floquinho deixou de ser apenas um carro de estimação para simbolizar a união. “Quando estava na faculdade, todos os meus amigos só falavam do meu Fusca e queriam andar nele”, lembra Gustavo.
Agora, o velho amigo também está tatuado em seu braço. “Já faz alguns anos que queria fazer, aí quando fui retocar uma tatuagem, deu vontade de fazer outra. Queria homenagear minha mãe e a Cássia perguntou se tinha algo que nós dois gostamos. Na hora falei: Fusca”.
“Sempre quis tatuar um Fusca e homenagear minha mãe, juntou tudo e ficou a homenagem perfeita. Mostrei pra ela no outro dia cedo, ficou espantada e disse: Mais uma. Depois expliquei a ideia e mandei uma foto, ela viu que estava escrito mãe e gostou muito. Disse que quer até fazer uma, está apaixonada pela tattoo”, conclui Gustavo.
Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.
Confira a galeria de imagens: