Medo da morte bateu à porta, mas neto nasceu para avô ter esperança
Além de vencer a covid 2x, tudo que Marcelo queria era ver neto nascer, e ele veio ao mundo no seu aniversário
O jornalista Marcelo Rezende, de 49 anos, venceu duas vezes a covid-19, mas o segundo diagnóstico foi o momento mais difícil vivido até hoje. O medo da morte bateu à porta e tudo o que ele mais desejava era sobreviver para estar perto da família, principalmente, do neto, que estava a caminho durante o período que esteve internado. Mas ele não só sobreviveu, como teve a sorte de ganhar de presente no dia do seu aniversário a chegada do neto querido.
Em novembro do ano passado, Marcelo teve covid pela primeira vez. “Senti apenas um cansaço e moleza no corpo”, comenta. Mas em maio deste ano, a coisa ficou séria, foram 12 dias de internação na em um hospital de Campo Grande, sendo 6 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Eu me assustei muito, foi muito louco o negócio, porque até então, não estava com sintoma nenhum”, relata.
Ele ficou internado com 65% dos pulmões comprometidos. Em fase difícil, Marcelo relembra os momentos que pensou que não veria o neto nascer.
“Meu maior medo era não voltar pra minha esposa, ver meu netinho que ainda não tinha nascido, meus bichinhos, meus amigos e trabalho. Tive uma piora muito grande no domingo de páscoa e precisei ir para UTI, fiquei num nível bem crítico, no respirador, a saturação estava 80% um índice alarmante. Eu tive sorte que o organismo reagiu bem aos medicamentos, mesmo tendo diabetes, pressão alta e asma”, comenta.
Marcelo, que é músico da banda Gessy e The Rhivo Trio, via nos embalos do blues, uma oportunidade para distrair a cabeça durante a estada no hospital. “Essa doença mexe muito com o psicológico, então, pedia sempre para tocar a música chamada Feeling Bad Blues”, lembra.
Faltam palavras para Marcelo, quando o assunto é seu filho, Enzo Rezende, de 21 anos e o neto Noah Anthony Branco Taborda Rezende. O contrabaixista revela que sempre teve muito boa relação com o filho, que seguiu os passos do pai na música, menos no instrumento musical, já que Enzo resolveu se tornar baterista.
O jornalista se empolga ao falar do Neto, que nasceu no mesmo dia do seu aniversário, 22 de julho. “Eu sou um avô babão, no Dia dos Pais, passamos o dia juntos, e teve um momento que me marcou, quando meu neto segurou meu dedo e abriu os olhinhos esboçando um sorriso. Aquilo pra mim valeu o dia, bonito demais. Ele é meu talismãzinho”, comemora.
Palmeirense de carteirinha, também conta que mudou sua rotina, com hábitos mais saudáveis, “comecei a fazer caminhada, coisa que não fazia, a gente acaba se cuidando mais, não dá pra relaxar”, diz.
Imunizado com duas doses da vacina, agora ele tem motivos para sorrir. “Espiritualmente falando, é uma sensação de alívio, tive uma chance e vou aproveitar da melhor forma possível. Perdi primo, amigo, então, quando eu tomei a segunda dose da vacina, me emocionei muito, tive pessoas queridas que não tiveram a mesma oportunidade", revela. “Depois de um susto grande desses, você dá muito mais valor a vida, um sentimento de tive uma segunda chance”, finaliza.
Curta o Lado B no Facebook. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.
