Mesmo com toda dificuldade, Papai Noel distribui balas no semáforo
Gladyson tem problemas de fala e limitações nos movimentos, mas segue ganhando a vida, agora como Papai Noel
Mesmo sob sol de rachar, o vendedor de água já famoso na região da Avenida Ministro João Arinos este ano resolveu inovar. O produto continua a R$ 2,00 desde 2019, mas pela primeira vez, Gladyson de Oliveira, de 48 anos, resolveu virar Papai Noel. E conseguiu chamar atenção dos motoristas.
“Não tá fácil pra ninguém. Até Papai Noel vendendo água para sobreviver?”, comentou o veterinário Maurício Santana, depois de pegar uma balinha distribuída de graça pelo bom velhinho. De longe ele fotografou e postou a cena nas redes sociais.
Para esse Papai Noel, realmente, a vida nunca foi fácil. Há 8 anos ele vende água no mesmo ponto, com muita dificuldade. Aos 7 anos, quando ainda morava em Ribas do Rio Pardo, ele caiu de um carro em movimento, teve traumatismo craniano, o que gerou uma lesão no cérebro deixando sequelas como dificuldade na fala e nos movimentos.
Mas ele segue firme ganhando a vida e tentando melhorar.
“Ho!Ho!Ho! Feliz Natal!", é a frase dita ao caminhar entre os carros, ouvir buzinas e receber os acenos dos motoristas que passam pelo local.
Na verdade, ele diz que a ideia foi atrair a atenção das crianças e, de quebra, vender a água aos pais. Mesmo assim, qualquer retribuição em forma de sorriso vale, garante ele.
Mas também tem um plano de marketing aí: "Os adultos eu já tenho como clientes, mas também quero conquistar as crianças para ir fidelizando a clientela enquanto elas crescem", explica
Gladyson já teve a história contada aqui no Lado B. Nasceu no Paraná e chegou por aqui, em 1974, no antigo Mato Grosso. Em Campo Grande diz que "já foi até engraxate".
Mesmo com novo personagem nas ruas, ele continua com a rotina de chegar às 6h30 e só voltar para casa depois das 16h. Mas normalmente diz que só consegue ficar fantasiado pela manhã, porque as tardes são muito mais quentes.