Na hora do estresse, respirar fundo antes de falar é questão de prática
Aprender a respirar antes de falar para não agravar a situação é hábito que melhora com prática e tempo
Que atire a primeira pedra quem nunca perdeu as estribeiras e falou algo que não queria em uma situação estressante. Na enquete de ontem, a maioria dos leitores indicou que não tem paciência mesmo: 56% votaram na opção de falar sem pensar, contra 44% que respiram antes de falar.
Mas o hábito é algo que pode ser adquirido com prática e com tempo. Quem consegue manter a calma defende que tomar um fôlego é importante e, inclusive, ajuda a situação a não escalar para algo pior.
A Padaria Pão & Tal, no Bairro Jardim dos Estados, resolveu criar um lembrete para ajudar nessa questão. A operadora de caixa Letícia Hauschild Tomazini, de 23 anos, teve a ideia de adesivar a frase “Respire fundo 3x” e colar nas maquininhas de cartão, que são o principal foco de estresse para clientes e funcionários.
“As maquininhas e o sistema dão muito problema, então tem muita gente que perde a paciência ali na hora. Agora tem até adesivos por toda a loja, mas nas maquininhas está lá por causa disso”, explica.
Letícia afirma que todo mundo saiu ganhando com o aviso. “Já teve inclusive cliente que ligou aqui agradecendo, falando que lembrou do adesivo na hora, respirou fundo e conseguiu manter a calma. A gente até tem adesivos para entregar a quem precisar”, detalha.
Nas redes sociais, a seguidora do Campo Grande News Erna Sedlacek Saravy comenta que o hábito de respirar fundo foi algo adquirido. “Já soltei os cachorros antes de respirar fundo e depois me arrependi. Atualmente tento respirar fundo, porque na hora da raiva a gente diz coisas que talvez fosse possível evitar”.
A autônoma Lucienne Lopes Teixeira, de 53 anos, afirma que geralmente consegue respirar antes de falar. “Até porque eu mesma não consigo de outro jeito. Fui fumante durante muitos anos, então o resultado disso é que preciso pegar fôlego antes de falar, o que acaba ajudando bastante na hora do estresse”, diverte-se.
A artesã Thais Samurio, de 33 anos, também é uma das que consegue manter a calma e respirar fundo antes de responder em uma situação estressante. “Os resultados são melhores. Quando a gente para e respira, toma um fôlego, ganhamos espaço para enxergar o que muitas vezes, por causa da agonia, a gente não via”, explica.
A culinarista Teresa Chaves, de 64 anos, defende que respirar fundo evita dores maiores. “Respirar é a melhor coisa que você faz. A pessoa na sua frente pode xingar e fazer o que quiser, mas se você respira fundo, você não tropeça e consegue evitar uma dor maior”, ensina.
Conforme a psicóloga Luciana Velasques, na hora do estresse, a respiração realmente fica mais superficial, ou seja, o fôlego fica “mais curto” quando os nervos estão à flor da pele. “A gente respira naturalmente, não é algo que precisamos parar para pensar ou sentir. Dependendo do nível de ansiedade ou de estresse, a respiração fica mais superficial. O diafragma tende a comportar-se como um acumulador de tensão no centro do corpo, o que faz com que o corpo fique mais rígido. Por isso, de fato, a respiração afeta diretamente na resposta às situações que a gente vivencia”, esclarece.
Parar para respirar da maneira adequada é questão de prática. “Quando nós paramos para respirar de maneira adequada antes de responder a determinadas situações, damos espaço para o nosso corpo diminuir a frequência cardíaca, liberar adrenalina e promover um estado de equilíbrio no organismo. É tudo questão de técnica. Yoga pode trazer isso, por exemplo. No Pilates, os fisioterapeutas ensinam. E quando é relacionado à ansiedade, nós psicólogos também ensinamos a respiração diafragmática”, completa.
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