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Comportamento

No dia que a morte completa 1 ano, Bia Marques invade as redes sociais

Um ano depois da morte de Bia, amigos combinam de publicar lembranças com a hashtag "#homenagemBiaMarques"

Paula Maciulevicius Brasil | 09/05/2020 07:12
Bia Marques carregando a bandeira na luta pelas artes no Estado. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bia Marques carregando a bandeira na luta pelas artes no Estado. (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste sábado, dia que a morte de Bia Marques completa 1 ano, as redes sociais vão estar cheias de boas lembranças da produtora cultural que protagonizou tantas histórias nas artes do Estado.

Bia era o apelido de Fabíola Marques Fernandes, que aos 49 anos, foi encontrada morta na casa onde morava no Bairro Santa Fé em Campo Grande. Ex-gestora de produção da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, entre tantos trabalhos realizados ao longo de 30 anos nas artes, Bia também esteve à frente do Centro Cultural José Octávio Guizzo. À época da morte, a família informou que ela enfrentava problemas psicológicos.

A ideia da homenagem envolvia, claro, aglomeração. Mas em tempos em que o isolamento social se faz necessário, as recordações virão pelas redes sociais. Sugestão dada pela produtora audiovisual e cultural, Mariana Sena Figueiró, de 41 anos, e pelo diretor do Maracangalha, Fernando Cruz.

"Quando a Bia Morreu foi uma dor no nosso coração, para todos os amigos, e principalmente para os fazedores de arte e cultura aqui no Estado. Porque ela era uma lutadora, uma ativista cultural que sempre lutava pelos artistas, e uma apaixonada pela arte e cultura do Estado", descreve Mariana.

Lembrança que Mariana Sena guarda da produtora, a viagem para Corumbá que foi postada no Facebook de Bia. (Foto: Reprodução/Facebook)
Lembrança que Mariana Sena guarda da produtora, a viagem para Corumbá que foi postada no Facebook de Bia. (Foto: Reprodução/Facebook)

As duas tinham em comum, além de décadas de trabalho nas produções artísticas, a voz grave. "Essa homenagem é exatamente para sabermos quem foi a Bia Marques. Cada amigo, cada artista lembra dela de alguma maneira. Ela fez muito pela produção cultural de Mato Grosso do Sul", fala.

E foi depois de postar o recado orientando que neste sábado, dia 9 de maio, um ano depois da partida de Bia, os colegas e amigos publiquem fotos e vídeos com a hashtag "#homenagemBiaMarques" que Mariana descobriu não ter nenhuma foto com Bia. "Achei uma foto de quando viajamos para festa de São João em Corumbá, mas é uma foto de estrada", narra. Esta será a ilustração da homenagem de hoje.

Produtora cultural e marchand, Caroline Garcia, volta nos anos 90, mais precisamente 1994, para contar como foi que conheceu Bia, nos eventos de rock. Entre vários amigos em comum, apesar da diferença de idade, Caroline já estava nos rolês. "Ela morava em uma república, na Rua São Paulo, no bairro São Francisco...", recorda.

A história que as duas dividiram e que mais marcou Caroline foi do Festival Urucum de Arte e Cultura do Pantanal, realizado em 2001. "Ela já era produtora cultural, eu ainda estava começando. Essa mostra Urucum foram 10 dias em Corumbá. Eu, a Bia Marques e o Edson Castro. Foi o primeiro ano de lei de incentivo à cultura do Estado e a Vale [à época Vale do Rio Doce] entrou com aporte financeiro. Eu tinha conseguido captar este recurso, mas ela, além de ser meu braço direito nessa produção, me ensinou a produção cultural, como fazer..." O festival trouxe, por exemplo, oficinas de viola com o mestre Agripino, e hoje é considerado um dos primeiros passos para o que viria a ser o Festival América do Sul.

Na Mostra Urucum - Arte e Cultura do Pantanal, Caroline Garcia, Bia Marques, Jairo Leal, e Edson Castro. (Foto: Arquivo Pessoal)
Na Mostra Urucum - Arte e Cultura do Pantanal, Caroline Garcia, Bia Marques, Jairo Leal, e Edson Castro. (Foto: Arquivo Pessoal)

"A Bia era uma pessoa que eu já sabia que tinha muito conhecimento nessa área de produção cultural. Já tinha feitos projetos ligados ao Meio Ambiente, ela e o Edson já tinham mapeado pontos turísticos de Rio Verde. Essa é a minha recordação mais maravilhosa dela", diz, e em seguida manda a foto dos três e também do currículo de Bia dos anos 2000.

A voz da psicóloga e fotógrafa Carlota Philippsen, de 41 anos, transpassa a emoção  ao lembrar de tantos episódios junto de Bia. De exposição a cachoeiras e todos os rolês, uma das fotos que ela escolhe para a homenagem inclusive foi usada pela produtora como perfil de rede social, em meio a cachoeira. "Linda, linda. Saudades..."

Bia e Carlota, em uma das tantas vezes em que foram para cachoeiras. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bia e Carlota, em uma das tantas vezes em que foram para cachoeiras. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela e Bia se conheciam desde que Carlota se lembra de começar a sair em Campo Grande. Nos últimos anos, além de amigas, elas eram quase vizinhas pela proximidade que as duas morava. "Uma palavra que eu definiria a Bia é movimento, intensidade, ela era uma pessoa que tirava você desses lugares-comuns. Dá muita saudade de lembrar".

Bia foi uma das responsáveis pelo lado artístico de Carlota na fotografia ter sido exposto. "Ela sempre estimulava a gente a pensar e estruturar uma exposição e ela foi muito importante nessa questão. Sempre discutíamos juntas sobre o trabalho artístico em Mato Grosso do Sul, me lembro muito dela na minha trajetória dentro da fotografia. Quando fiz mestrado, ai, eu vou chorar... Ela me ajudou pra caramba..."

Entre lágrimas e risos, assim que os amigos e familiares pretendem invadir de história e homenagem as redes sociais hoje. Acompanhe a hashtag #homenagemBiaMarques.

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Na cachoeira, foto foi perfil em rede social de Bia durante um tempo. (Foto: Carlota Philippsen)
Na cachoeira, foto foi perfil em rede social de Bia durante um tempo. (Foto: Carlota Philippsen)


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