Paixão por Corcel de 1974 faz Simone encarar ensaio no quintal de casa
A sessão realizada no Bairro Tiradentes foi cheia de nostalgia para a mulher que se apaixonou pelo Corcel em 2003
No quintal da casa onde mora em Campo Grande, Simone Pereira Vasconcelos de Oliveira resolveu eternizar o Corcel de 1974. O carro ganhou o coração da dona em 2003 e, desde então, virou o xodó da família. Foram tantos momentos importantes que merecia a sessão em homenagem ao velho amigo.
“É um Corcel modelo 1, de 1974. Meu xodó, aprendi a dirigir nele. É uma delícia sair com ele, não é barulhento, é macio e faz um som bonito”, diz Simone toda empolgada ao falar sobre seu companheiro de estrada. Aos 46 anos, a empreendedora conta que a ideia da sessão surgiu por conta do amigo e fotógrafo, Luciano Muta.
A sessão foi realizada ao entardecer, quando a cor do céu contrastou com o tom do carro e deu um efeito retrô. O farol estava aceso e a cada pose, uma sensação nostálgica de que tudo valeu a pena. Foi impossível esconder o sorriso, principalmente quando algum flash do passado voltava a mente.
“É mais novo que eu apenas um ano”, compara Simone entre sua idade e a do velho amigo. Entre as lembranças, ela comenta que sempre gostou do modelo do carro por conta da simplicidade. “Sou uma pessoa simples, criada em fazenda. Quando conheci meu esposo, ele tinha um Corcel. No entanto, precisou vender. Sempre falou sobre o carro e eu também achava muito bonito”.
Certo dia, enquanto caminhava pela rua, seu esposo viu o Corcel na garagem de uma casa, com a placa “vende-se”. A cor verde e o estilo antigo conquistaram o coração de Simone e a emoção foi tanta, que ela não pensou duas vezes em comprar o veículo. “Quando fui ver, fiquei muito encantada e compramos, isso em 2003”.
Logo o veículo passou a fazer parte da vida do casal. Toda vez que entrava no carro era uma emoção diferente e com ele, teve a oportunidade de conhecer vários pontos de Campo Grande. “Não chegamos a viajar para fora, mas aqui dentro nos acompanhou em muitos locais. Na época, eu e meu esposo estudávamos, então, íamos com ele para a escola, para à igreja, sempre nosso xodó”, lembra.
Aos poucos, o carro foi sendo adaptado para melhor acomodar a família. Num conserta banco, arruma motor, ele marcou a história do casal e entre as memórias, teve até perrengue.
“Tivemos um perrengue triste, quando estávamos na escola. Tínhamos acabado de sair da sala de aula e fomos para o estacionamento, para retornar de carro pra casa. Lá, vimos que os quatro pneus foram furados e estava a noite. Isso aconteceu logo quando o compramos”, recorda.
Mas, em compensação, as boas recordações passam uma borracha em tudo que aconteceu. “Minha felicidade foi quando aprendi a dirigir nele. Estava começando a tirar a carteira de motorista, lembro que fui treinar num bairro simples, o Cristo Redentor e ali aprendi tudo”.
Apesar da paixão pelo veículo, Simone ficou três anos sem passear com o carro pelas ruas da Capital. “Estava com problema, meu esposo que é mecânico, teve de adaptar um carburador para que voltasse a funcionar, no final do mês passado. Estou contente, mas infelizmente não podendo dirigir muito pela cidade por conta do isolamento”.
Simone também revela que até tentou dirigir carro de modelo mais atual, porém, não deu muito certo. “O mais novo que dirigi foi um Celta, mas ficava afogando. Meu esposo também tem uma caminhonete, mas sou muito baixinha e tive que usar um travesseiro para alcançar os comandos. Já o Corcel é todo adaptado pra mim”, afirma.
O Corcel foi apelidado de azeitona, por conta da cor. “Não dei nome para ele, mas minha amiga chama assim quando o vê”, brinca. Entre as vontades que deseja para melhorar o parceiro, ela diz. “Tenho o sonho de vê-lo verde com uma listra preta. Um dia, também vou chamar meu esposo para visitarmos uma exposição de carros antigos”.
O gosto pelo modelo antigo também conquistou o filho mais novo de Simone. “O Luan tem 8 anos e é apaixonado por carro antigo. Sempre diz que, quando crescer, vai ter um. Quando entra no carro, não quer mais sair”.
Já se passaram 17 anos desde o amor à primeira vista e, mesmo tendo passado tanto tempo, ela jura de pé junto que não se desfaz do carro nem de brincadeira. “Não. Não vendo não, é meu xodó”, conclui.
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