Para Adriana Calcanhotto, Manoel de Barros é chave para valorizar poesia
Antes de retornar à Capital com sua turnê, a artista conversou com o Lado B sobre música e poesia
Se preparando para retornar a Campo Grande pela segunda vez no mês, Adriana Calcanhotto foi convidada de honra da 35ª Noite da Poesia na cidade e, agora, aguarda para realizar seu show no dia 28 de outubro. Em clima de discussões sobre cultura, a artista conversou com o Lado B e contou sobre como vê a valorização da área na capital sul-mato-grossense, além de detalhar o que acha das novas formas de se fazer poesia.
“Fiquei pensando que esse deveria ser o modelo de todos os shows, ir antes, conversar com as pessoas, depois voltar para o show e encontrá-las de novo”, resume Adriana sobre a dobradinha programada por aqui. E, seguindo o gancho da Noite da Poesia, a cantora explica que, para ela, Campo Grande tem base para valorizar a cultura.
Tomando Manoel de Barros como referência, Calcanhotto explica que, para ela, o poeta é uma chave para que a cidade consiga desenvolver formas de valorizar a área.
“Vocês têm um poeta, que é o Manoel de Barros, e existe um cuidado com a vida e obra dele que é nítido. A gente vai aí e sente isso, todo mundo sabe, todo mundo reconhece e é um caminho importantíssimo”, defende Adriana.
Nas palavras da artista, o poeta é um veículo para servir como base de valorização. “Acho que isso é importante e muito bem feito por aí, sempre tem muito o que se fazer, mas o importante é fazer de fato”, diz.
E, pensando na forma com que a poesia se apresenta, Calcanhotto comenta que as novas formas de se produzir arte como, por exemplo, batalhas de rua são modos de tirar a burocratização da arte.
“Essas formas todas que vão aparecendo vão democratizando a poesia, ela vai ficando menos hermética. Isso é legal porque as formas vão se inventando e reinventando”, explica a cantora.
Na prática, ela cita que poesia não está apenas em textos, mas em formatos variados como telas e músicas. “O artista quem mais tem me interessado nos últimos tempos é o Denilson Beniwa e quando vejo uma tela dele, aquilo é poesia. As conversas são boas porque desmistificam a ideia de poesia, às vezes as pessoas acham que poesia é algo muito distante”.
Reforçando o que havia dito na Noite da Poesia, a artista detalha que a arte realmente requer muito, mas que a porta de entrada está mais próxima do que costumamos imaginar.
“Eu não sei conceituar a poesia, eu sei fruir, sei quando encontro com ela e tento compartilhar isso. Acho que a gente vai apurando essa sensibilidade à medida em que a gente lê poesia e se depara com ela”, indica sobre como vê o caminho para construir essa relação.
Mais do que ler, Adriana completa o raciocínio lembrando que, no Brasil, há o privilégio de termos nossos primeiros contatos com a poesia não apenas em textos, mas escutando música.
Com a música em mente, ela conta que está apaixonada pelas experiências vividas na turnê que vem para Campo Grande neste mês. E convida para que a conversa iniciada com poesia siga com as interpretações do disco “Errante”.
A ser realizado no dia 28 de outubro, o show será no Bosque Expo, do Shopping Bosque dos Ipês. Os ingressos estão disponíveis no site, clicando aqui.
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