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Comportamento

“Pastor” do Apocalipse também entra na mata à meia-noite para orar

Evangelista disse que placas não são para assustar, mas avisar sobre sermos “a última geração”

Aletheya Alves | 11/11/2022 06:22
Roque Gomes se identifica como pastor de rua e evangelista. (Foto: Paulo Francis)
Roque Gomes se identifica como pastor de rua e evangelista. (Foto: Paulo Francis)

Querendo se explicar sobre o motivo das placas apocalípticas e garantir que não atrapalha ninguém, o pastor e evangelista Roque Gomes abriu seus portões para mostrar que tudo são “avisos”. Responsável pelos escritos que se espalham entre o Colibri e Jardim Canguru, o homem explica que está mesmo é preocupado com a vinda do Anticristo.

Ontem (10), o Lado B contou sobre como os recados assustam quem passa pela Rua Francisco de Souza, continuação da Catiguá. Em nossa primeira visita ao local, o homem não respondeu à nossa equipe, mas depois da publicação o pastor resolveu aparecer.

“Eu sou evangelista, aquele pastor que trabalha na rua, manda as almas para a igreja. Não é pastor de batizado”, explica Roque sobre como se identifica. Contando que essa função faz com que ele leve a “palavra” por onde vai, o homem completa que desde seu carro até sua geladeira recebe os tais avisos bíblicos.

Até as cadeiras recebem os "avisos" colhidos na Bíblia. (Foto: Paulo Francis)
Até as cadeiras recebem os "avisos" colhidos na Bíblia. (Foto: Paulo Francis)
Placas parecidas com as externas se espalham pelo quintal da casa. (Foto: Paulo Francis)
Placas parecidas com as externas se espalham pelo quintal da casa. (Foto: Paulo Francis)

Dentro do quintal, cada superfície mostra que ele realmente é obcecado por escrever os trechos bíblicos. Assim como as placas se espalham pela rua, outras também foram alocadas em volta da casa.

“Em Lucas diz que não estejais vocês com corações sobrecarregados com coisas dessa vida para que aquele dia não te pegue por desavisado. É o arrebatamento da igreja. Eu quero alertar a nação, convocar a nação para o arrependimento. Para que ela desperte para os céus”, diz Roque.

Defendendo que seu papel é entrar em “confronto” com a “maldade”, o pastor diz que está na região do Jardim Canguru há quatro anos. Além de pregar com as placas, Roque diz que também fala em público e ainda faz orações específicas no quintal de casa.

“Entramos na mata às zero hora porque o mundo espiritual vai ser revelado às zero hora para os ministros, os pastores. Vai ser descortinado o céu. Quando entramos na mata, a primeira oração é pelo País, pelo presidente, independente se ele é Bolsonaro ou Lula, pelos médicos, hospitais, presídios. E principalmente pela igreja, porque ela é responsável pela saúde da Terra”, detalha o pastor.

Toda superfície acaba recebendo as indicações de capítulos e versículos. (Foto: Paulo Francis)
Toda superfície acaba recebendo as indicações de capítulos e versículos. (Foto: Paulo Francis)
Carro de Roque não foge ao padrão dos avisos. (Foto: Paulo Francis)
Carro de Roque não foge ao padrão dos avisos. (Foto: Paulo Francis)

Reforçando que sua preocupação é em alertar a população, Roque diz que tanto as placas quanto as orações têm sido feitas porque todos devem se preparar para a vinda de Cristo e do Anticristo.

“Nós estamos na sétima dispensação para a vinda de Cristo e a vinda do Anticristo. A última dispensação da graça, é a última geração da terra, a geração da grande tripulação do juízo final”, explica.

De acordo com suas crenças, o evangelista diz que tudo o que acredita é bíblico e ainda pontua que o Apocalipse é interpretado de forma errada. “Não é que o mundo vai acabar agora, é a última geração para a vinda de Cristo, não é para acabar o mundo. A vinda de Cristo é o arrebatamento da igreja. Quem continuar aqui vai continuar a vida junto com o Anticristo”.

Sem dar muitas informações sobre sua vida pessoal, Roque explicou que ele mesmo entrou na igreja quando conheceu pastores de rua. “Eu não conhecia o Evangelho, gostava de cachaça, de droga, gostava dessas coisas do mundo”.

Mata em que o pastor ora de madrugada. (Foto: Paulo Francis)
Mata em que o pastor ora de madrugada. (Foto: Paulo Francis)
Evangelista garante que não quer assustar ninguém. (Foto: Paulo Francis)
Evangelista garante que não quer assustar ninguém. (Foto: Paulo Francis)

Além disso, também narrou que trabalha como pintor e que apesar de ter começado sua vida na Igreja em meados dos anos de 1990, se afastou por um tempo. “Eu retrocedi por 9 anos, não frequentei a igreja. Enfraqueci, mas Deus me deu a última convocação há quatro anos. Em sonho me convocou novamente para vir fazer a obra dele”, diz.

Sem ser pastor de uma igreja específica, ele completa que frequenta algumas de pastores amigos.

Já sobre reclamações em relação às placas e som alto, Roque argumenta que não deseja entrar em confronto com os moradores, mas que nunca ninguém entrou em contato com ele. Argumentou que liga o som apenas depois das 8h e que irá continuar com seu “trabalho”.

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